ATA
DA QUADRAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 18-5-2009.
Aos
dezoito dias do mês de maio do ano de dois mil e nove reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Delegado Fernando, Dr. Raul, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, João Pancinha, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Reginaldo
Pujol e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulinho Ruben Berta,
Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir
Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo Vereador Alceu Brasinha, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 073/09 (Processo nº 1819/09). Também, foi apregoado o Ofício
nº 335/09, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto
de Lei do Executivo nº 013/09 (Processo nº 2218/09). Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofícios nos 662 e 792/09, do Senhor Rufino Correia Santos Filho,
Diretor de Programa da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Antonio Carlos Ross de Abreu, Conselheiro da
Cooperativa dos Motoristas e Proprietários de Veículos de Aluguel do Estado do
Rio Grande do Sul – COOPERAUX –, que discorreu sobre a Lei Municipal nº
8.057/97, que faculta a colocação de dispositivo luminoso nos veículos que
compõem a frota de táxis de Porto Alegre e dá outras providências. Ainda, nos
termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Adeli Sell, João Antonio Dib,
Reginaldo Pujol, Dr. Raul, Ervino Besson e Nilo Santos manifestaram-se acerca
do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e dezenove
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum. Na ocasião,
o Vereador Delegado Fernando procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de
material posteriormente distribuído aos Senhores Vereadores, relativo à Campanha
de Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente promovida
pelo Departamento Estadual da Criança e do Adolescente – DECA. Em
prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pelo Vereador Waldir Canal, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do quadragésimo sétimo
aniversário da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho, dos Servidores de
Nível Médio da Brigada Militar – ABAMF –, nos termos do Requerimento nº 068/09
(Processo nº 2095/09), de autoria do Vereador Waldir Canal. Compuseram a Mesa:
o Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e os
Senhores Solis Antonio Paim e César Giovani Formoso da Costa, respectivamente
Vice-Presidente e Diretor de Patrimônio da ABAMF. Ainda, o Senhor Presidente
registrou as presenças, neste Plenário, dos Senhores Rudi da Silva Martins,
Presidente do Sistema de Crédito Cooperativo – SICREDI –, e Vilson Genes Gonçalves Cardoso,
Vice-Presidente da Instituição Beneficente Coronel Massot. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciou-se o Vereador Waldir Canal. Após, o Senhor Presidente
concedeu a palavra ao Senhor Solis Antonio Paim, que agradeceu a homenagem
prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Na oportunidade, o Vereador
Reginaldo Pujol manifestou-se acerca da presente homenagem. Às quatorze horas e
quarenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados
às quatorze horas e quarenta e dois minutos, constatada a existência de quórum.
Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado
Requerimento de autoria do Vereador Toni Proença, solicitando Licença para
Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente
declarado empossada na vereança a Suplente Maristela Maffei, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e
Segurança Urbana. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador João Pancinha.
Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento
de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando que o Projeto de Lei do
Executivo nº 011/09 (Processo nº 1988/09) fosse considerado em regime de
urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Também, foi apregoado o Memorando nº 038/09,
deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Airto Ferronato,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia
de hoje, na Audiência Pública sobre “os impactos da exploração de petróleo que
se encontra na camada pré-sal”, às quatorze horas, na Sala João Neves da
Fontoura do Palácio Farroupilha, em Porto Alegre. Em seguida, foi
apregoado o Ofício nº 354/09, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre,
informando seu afastamento do Município das vinte horas e vinte minutos do dia
quatorze até as vinte e três horas do dia quinze de maio do corrente, para
reunião de assinatura de contrato de financiamento do Programa Integrado
Socioambiental – PISA – com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID – e
para audiência no Ministério do Planejamento para tratar do Projeto Portais da
Cidade, em Brasília – DF. Ainda, foi apregoado o Ofício nº 355/09, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando o cancelamento da viagem a Brasília
informada por meio do Ofício n° 354/09. Às quatorze horas e cinquenta e um
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze
horas e cinquenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento,
o Senhor Presidente registrou o comparecimento, nos termos do artigo 139 do
Regimento, do Senhor Eliseu Santos, Secretário Municipal de Saúde, convidando-o
a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Senhoria, que
discorreu acerca de denúncias divulgadas pela imprensa, de irregularidades em
contrato de prestação de serviços de segurança firmado pelo Executivo Municipal
com o Grupo Reação Vigilância e Segurança Limitada. A seguir, o Senhor
Presidente concedeu a palavra às Vereadoras Maria Celeste, Sofia Cavedon e
Fernanda Melchionna e aos Vereadores Carlos Todeschini, Aldacir José Oliboni,
João Carlos Nedel, Dr. Thiago Duarte, João Antonio Dib, Engenheiro Comassetto e
Nilo Santos, que se manifestaram e formularam questionamentos acerca do assunto
abordado na presente Sessão pelo Secretário Eliseu Santos. Na ocasião, em face
de manifestações dos Vereadores Maristela Maffei, Nilo Santos e Sofia Cavedon,
o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das inscrições e dos prazos
para pronunciamento dos Senhores Vereadores durante o período de comparecimento
de autoridade municipal. Também, o Senhor Presidente registrou a presença,
neste Plenário, do Senhor Cássio Trogildo, Secretário Adjunto da Secretaria
Municipal de Obras e Viação – SMOV –, e do Jornalista Armando Burd. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Mauro Zacher. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o Vereador Valter Nagelstein. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciou-se a Vereadora Maria Celeste. Em seguida, o Vereador Dr.
Thiago Duarte formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos
constantes no pronunciamento da Vereadora Maria Celeste, em Comunicação de
Líder, o que foi deferido pelo Senhor Presidente, após a anuência da oradora.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Luiz Braz, Elias Vidal,
Valter Nagelstein, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol. Na oportunidade, o Senhor Presidente
registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Paulo Marques, Suplente de
Vereador da Bancada do PMDB deste Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela
oposição, pronunciou-se a Vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o Vereador João Antonio Dib. Após, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Secretário Eliseu Santos, para considerações finais e resposta aos
questionamentos e manifestações formulados pelos Senhores Vereadores. Em
prosseguimento, a Vereadora Maria Celeste procedeu à entrega, ao Senhor
Presidente, de Requerimento solicitando cópia integral do Processo referente à
contratação da empresa Grupo Reação
Vigilância e Segurança Limitada
para prestar serviços de segurança junto à Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, tendo o Senhor Presidente informado acerca das formas regimentais para
tramitação desse Requerimento e tendo-se manifestado a respeito o Secretário
Eliseu Santos, o Vereador Valter Nagelstein e a Vereadora Maria Celeste. Às
dezessete horas e trinta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às dezessete horas e trinta e três minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se a Vereadora
Sofia Cavedon, em tempo cedido pela Vereadora Maria Celeste, e o Vereador Mario
Manfro. Após, foi apregoado o Ofício nº 362/09, do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre, informando o afastamento do Município de Sua Excelência e do
Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito, das oito às dezoito horas do dia de
amanhã, quando participarão de reunião com o Senhor Ricardo Terra Teixeira, Presidente
da Confederação Brasileira de Futebol
– CBF –, no Município do Rio de Janeiro – RJ. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o
Vereador Mauro Pinheiro. A seguir, foi apregoado o Projeto de Resolução nº
016/09 (Processo nº 2269/09), de autoria da Mesa Diretora. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o Vereador Nilo Santos. Em continuidade, constatada a existência
de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo
Vereador Alceu Brasinha, solicitando alteração na ordem dos trabalhos,
iniciando-se a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 072/09.
Em Renovação de Votação, foram apreciados o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 020/05 e a Emenda nº 10 aposta, após serem encaminhados à
votação pelo Vereador João Antonio Dib. Foi aprovada a Emenda nº 10, aposta ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05, por vinte votos SIM, oito
votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, Delegado Fernando, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte,
Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, João Pancinha, Juliana
Brizola, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo
Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal,
Não os Vereadores Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elias Vidal, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib e João Carlos Nedel e as Vereadoras Maria Celeste e Sofia
Cavedon e optado pela Abstenção o Vereador Sebastião Melo. Foi aprovado o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05, por vinte e um votos SIM,
dez votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Delegado Fernando, DJ Cassiá, Dr.
Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, João
Pancinha, Juliana Brizola, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro,
Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal, Não os Vereadores Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elias
Vidal, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste,
Mario Manfro, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção o
Vereador Sebastião Melo. Na ocasião, em face de Questão de Ordem formulada pela
Vereadora Fernanda Melchionna, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca do processo de renovação de votação do Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 020/05. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do
Legislativo nº 278/07, o qual, por Requerimento verbal, aprovado, formulado
pelo Vereador Aldacir
José Oliboni, foi retirado da matéria priorizada para votação na Ordem
do Dia da presente Sessão e incluído como o primeiro Projeto a ser apreciado na
Ordem do Dia da Sessão Ordinária do dia vinte de maio do corrente. Após, o
Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se a Vereadora Maristela Maffei. Às dezoito horas e dezenove
minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell e secretariados pelo
Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos
à
O
Sr. Antonio Carlos Ross de Abreu, representando a Cooperativa dos Motoristas e
Proprietários de Veículos de Aluguel do Estado do Rio Grande do Sul, está com a
palavra para tratar de assunto relativo à Lei n° 8.057/97, pelo tempo
regimental de 10 minutos.
O
SR. ANTONIO CARLOS ROSS DE ABREU: Boa-tarde,
Presidente; boa-tarde, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; boa-tarde,
ouvintes da Rádio Câmara e telespectadores da TVCâmara! É com satisfação que
estou nesta Casa para falar sobre um processo que aqui está tramitando, a Lei
n° 8.057/07, mas antes gostaria de pedir ao Sr. Presidente para sair um
pouquinho da pauta.
No
ano passado, os Srs. Vereadores votaram a favor da minha categoria - com muita
satisfação para mim e para mais doze mil motoristas -, votaram por unanimidade
o “Carteirão”, que possibilita aos colegas taxistas trabalharem livres na frota
de Porto Alegre. A lei foi publicada no Diário Oficial do nosso Município, só
que não está sendo cumprida pela EPTC. (Mostra o Diário Oficial.) O art. 5° da
lei diz que o cadastro geral de auxiliar de taxista não deve ser vinculado aos
prefixos que venham a exercer as suas atividades. Essa lei está vigorando desde
20 de outubro do ano passado, e a EPTC está autuando e prendendo os nossos
motoristas. A lei está aqui. (Mostra a lei.) O nosso Prefeito a assinou, está
tudo bonitinho, mas a lei não está sendo cumprida.
Hoje
vim para falar sobre a Lei n° 8.057/07, que diz que, desde 1997, fica facultado
aos permissionários e serviços de táxis colocar, nos veículos que compõem a
frota desse serviço, um dispositivo luminoso que serve como sinalizador em
situação de risco, pedindo socorro para o motorista. O que é isso? É uma coisa
bem simples: em cima dos nossos carros existe uma caixinha luminosa com o
número do prefixo e, na frente, a palavra “táxi”. Dentro dessa caixa vai uma lâmpada
branca. A gente está pedindo, conforme diz a lei, que nela seja acrescentada
uma lâmpada vermelha para que, num momento de risco, os motoristas que
estiverem acuados pelo seu passageiro possam acionar a lâmpada vermelha. Cito o
exemplo em que se pega um passageiro no Centro com um percurso pela Av.
Protásio Alves - onde não tem nenhuma viatura, não tem nada -, e o motorista,
em perigo, poderá acionar esse dispositivo; a lâmpada vermelha ficará piscando,
pois contém um relé. Não vou dizer que isso vá acabar com as mortes ou com os
assaltos, mas vai prevenir.
O
que está acontecendo hoje? O nosso chefe de família sai de casa às 18h, dá um
beijo na família e não sabe se voltará. Então, o que estamos fazendo? Vamos
prevenir. Nós já fizemos altas reuniões com a Secretaria Pública, em que nos
prometeram viaturas, e nada foi feito. Vejam as manchetes dos jornais:
“Motoristas são esfaqueados”; “Carreatas de motoristas”. (Mostra reportagens em
jornais.) Em menos de um ano já tivemos quatro mortes, a última recentemente,
em que o motorista tomou um tiro na nuca e estava com o seu cinto de segurança.
Eu
peço aos senhores que analisem o referido Processo, que tramita na Casa. Esta
Casa tem dado muitas vitórias à nossa categoria. No ano passado um Vereador
falou: “Ah, vocês trazem as coisas pingadas para os taxistas”. Não, nós
trazemos conforme a necessidade, e cada caso é um caso. No ano passado nós
fomos bem sucedidos, ganhamos a tarifa, que hoje condiz com o nosso trabalho;
ganhamos o “Carteirão”, que, infelizmente, até agora está só no papel, mas já é
uma grande vitória que a Casa nos trouxe. Estou aqui pedindo mais esta: que a
Casa nos dê um parecer favorável nesse Processo nº 8.057/97. Esse dispositivo
custará para nós menos de vinte reais, e nós mesmos podemos colocá-lo: são três
metros de fios, uma lâmpada, um conector e um relé. Isso é para garantir as
nossas vidas, a dos nossos chefes de família. Eu pediria aos senhores uma
atenção especial a este Projeto, que está sendo defendido pelo nosso nobre Ver.
Nilo Santos, mas, sempre que trago algumas coisas para a Casa, todos os
Vereadores nos dão a vitória. Então, seria para mais uma vitória que conto com
os senhores. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Convido o Sr. Antonio Carlos Ross de Abreu a compor a Mesa.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, conversando aqui com os meus colegas de Bancada, eu queria, mais
uma vez, dizer das nossas preocupações e compartilhar com a fala do
representante dos nossos taxistas com relação à questão da insegurança pública,
que é dramática em nossa Capital; vejam as mortes e o estresse permanente dos
condutores dos nossos táxis. E também queremos nos somar à cobrança que V. Sa.
fez à EPTC, sobre a falta de fiscalização e do cumprimento, inclusive, das leis
que aqui foram aprovadas. Quanto à questão desse dispositivo, nós nos
comprometemos, como sempre fizemos em reunião da Bancada, a discutir com V.
Sas. e com técnicos especialistas em Segurança Pública, para que tudo aquilo
que a gente for aprovar aqui tenha efetivo uso, validade, para resolver esse
problema. Esse é o compromisso dos Vereadores do PT, aqui presentes, da minha
Bancada e da nossa Liderança. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; meu caro Conselheiro Antonio Carlos, a fala de
V. Sª mostra claramente o problema que se vive neste País e a questão da EPTC,
especialmente. Nós fazemos muitas leis que não são claras, que não são concisas
e que por isso não são respeitadas. Uma das leis que V. Sa. mostrou ali tem
ainda que ser regulamentada, e nem isso fizeram! Portanto, o nosso problema não
é a falta de leis, mas a falta de respeito, a falta de seriedade, a falta de
responsabilidade. Mas espero que tudo isso se recupere e que os motoristas
possam trabalhar com tranquilidade. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. REGINALDO PUJOL:
Presidente, com objetividade, eu quero, na condição de Líder do Democratas,
dizer ao Sr. Antonio Carlos Ross de Abreu, da Cooperativa dos Motoristas e
Proprietários de Veículos de Aluguel do Estado do Rio Grande do Sul, que as
colocações feitas anteriormente pelas Lideranças do Partido dos Trabalhadores e
do Partido Progressista deixam muito claro o ânimo desta Casa. Todos aqui se
ocupam, fortemente, quando o problema é de segurança. E, quando falamos na
segurança dos taxistas, estamos falando da segurança da sociedade, porque o
taxista conduz a sociedade; é rara a pessoa que em um determinado momento não
se utiliza do serviço do taxista. Por isso quero me colocar à disposição de
Vossa Senhoria. Parece-me que o problema é ou de regulamentação ou de
implementação objetiva da legislação referida na Lei nº 8.057, de 1997. Vou-me
comprometer com V. Sa. de buscar, junto à EPTC, um esclarecimento devido a
respeito das circunstâncias e me informar da providência com a devida
brevidade. Recebam o meu abraço e a minha solidariedade.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Presidente
Sebastião Melo; meu caro Sr. Antonio Carlos Ross de Abreu, Conselheiro da
Cooperativa dos Motoristas e Proprietários de Veículos de Aluguel do Estado do
Rio Grande do Sul; eu me dirijo a V. Sa. com aquela preocupação que existe em
toda sociedade, que é a preocupação real com a nossa segurança, e o taxista não
poderia ficar fora disso. Vocês podem ter certeza de que, uma vez que a
categoria esteja unida e queira realmente a colocação desse dispositivo, a
Câmara de Vereadores não vai faltar, estará mais uma vez com vocês, como já
ocorreu em tantos outros Projetos.
Também
gostaria de deixar registrada essa questão da insegurança, que é brutal. Estava
falando aqui com o Ver. Haroldo, que também tem algumas ideias para auxiliar na
segurança do taxista, assim como outros Vereadores da Bancada e da Casa.
Refiro-me a uma situação que ocorreu comigo agora no sábado, quando cheguei a
um estabelecimento ali em Petrópolis, cujo proprietário conheço, ele me dizia:
“Dr. Raul, antes isto aqui era aberto, hoje eu me blindei totalmente”. Então, o
que acontece? O proprietário blindou o próprio balcão do seu estabelecimento
para que, durante um assalto - além de estar em uma gaiola -, ao se jogar no
chão, o assaltante não tenha acesso a ele, para que ele possa acionar um
alarme, fazer alguma coisa - uma situação tipo filme Rambo. Na realidade, nós
temos que nos preocupar muito com a nossa segurança, e a Câmara de Vereadores não
vai faltar com vocês mais uma vez, podem ter certeza.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, eu falo, com muita honra, em nome da Bancada do PDT e quero
cumprimentar o Sr. Antonio Carlos de Abreu, que é Conselheiro da Cooperativa
dos Motoristas e Proprietários de Veículos de Aluguel. Se há uma categoria pela
a qual a Câmara Municipal, na sua totalidade, tem um respeito enorme, é
pela categoria dos nossos taxistas, por tudo que essa categoria representa para
a nossa Cidade. Digo que tudo que vier para a segurança dos nossos taxistas
será bem-vindo. Vossa Senhoria falou de uma lei que esta Câmara aprovou, e agora
nós temos aqui na Câmara Municipal uma pessoa que representa, na sua
totalidade, os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras: o Ver. Valdir
Fraga, ex-Vereador, ex-Presidente desta Casa, ex-Deputado; ele faz a
intermediação entre os Vereadores, entre o Executivo Municipal, entre as
Secretarias. Então sugiro que V. Sa. procure o Valdir Fraga, tenho certeza de
que esse impasse será resolvido. Quero que V. Sa. transmita o nosso abraço aos
motoristas, aos taxistas; temos consciência do que representa essa categoria,
do trabalho que prestam a esta Cidade. Temos essa consciência e estamos ao lado
da categoria. Tudo que vier para a segurança vem bem, meu caro amigo Antonio
Carlos. Estamos juntos com vocês nessa luta. Receba o meu fraterno abraço, em
nome da Bancada do meu Partido, o PDT. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Nilo Santos está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. NILO SANTOS: Quero
cumprimentar, nesta tarde, o Sr. Antonio Carlos, o nosso querido Toninho. Com
certeza, a causa dos taxistas é uma causa nossa também, de toda esta Casa. A
Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, composta pelos Vereadores Tessaro,
DJ Cassiá, Delegado Fernando, Brasinha e por este Vereador, tem interesse em
ver sanados, o mais rápido possível, os problemas que os taxistas têm
enfrentado nesta Cidade. Portanto, o senhor pode contar sempre conosco aqui.
Parabéns a todos os taxistas pelo trabalho relevante que prestam a esta Cidade.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Agradeço as manifestações das Bancadas. Quero, mais uma vez, reiterar meus
agradecimentos pela sua presença, Sr. Antonio, o senhor muitas vezes tem estado
conosco, sempre lutando por boas causas, especialmente da categoria dos nossos
queridos taxistas.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h19min.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h20min): Estão reabertos os trabalhos da presente
Sessão.
O
Ver. Delegado Fernando nos traz aqui o material de uma campanha muito
meritória, que é de a Campanha de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de
Crianças e Adolescentes. Nós agradecemos a V. Exª e ao Delegado Sérgio
Domingos, Diretor do DAE, que é uma Divisão do DECA. Podem fazer a distribuição
do material aos Srs. Vereadores. Ao mesmo tempo, sugiro a cada Vereador que
coloque o cartaz na porta do seu gabinete, pois se trata de uma Campanha
altamente meritória, merece o aplauso desta Casa. (Palmas.) São todos muito
bem-vindos.
(É
feita a entrega do material relativo à Campanha.)
Em
votação Requerimento de autoria do Ver. Waldir Canal, que solicita a inversão
da ordem dos trabalhos, para, em primeiro lugar, passarmos ao período de
Comunicações. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Passamos
às
O
período de Comunicações de hoje é destinado a homenagear o 47° aniversário da
Associação Beneficente Antônio Mendes Filho dos Servidores de Nível Médio da
Brigada Militar, nos termos do Requerimento n° 068/09, de autoria do Ver.
Waldir Canal.
Convido
a fazer parte da Mesa o Sr. Solis Paim, Vice-Presidente da Associação, e o Sr.
César Giovani Formoso da Costa, Diretor de Patrimônio da Associação. Sejam
bem-vindos. Prestigiam este período de Comunicações o Sr. Rudi Martins,
Presidente do Sicredi, convido-o a ficar aqui ao nosso lado, à direita; também
o Sr. Vilson Cardoso, Vice-Presidente da Instituição Beneficente Coronel
Massot, convido-o a ficar conosco, aqui à direita, e os senhores Diretores da
MBM, Previdência e Seguros. Todos são nossos convidados para acompanhar, na
bancada da direita, a homenagem da Câmara.
Quero
informar à Casa - antes de passar a palavra ao Ver. Waldir Canal - que, de
acordo com deliberação da Mesa Diretora e das Lideranças, às 15h estaremos
recebendo nesta Casa o Sr. Secretário Municipal da Saúde, Eliseu Santos, que
solicitou vir ao Plenário desta Câmara. Portanto, às 15h estaremos recebendo o
Sr. Secretário de Saúde. Solicito que Bancada do PTB possa, juntamente com as
Relações Públicas, receber o Secretário na Presidência daqui a alguns minutos,
e, tão logo o Plenário esteja liberado, nós o conduziremos até aqui.
O
Ver. Waldir Canal está com a palavra para sustentar o seu Requerimento de
reconhecimento a esta grande Instituição.
O
SR. WALDIR CANAL: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre, Ver.
Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) As minhas palavras nesta Tribuna são
para prestar homenagem à Associação Beneficente Antônio Mendes Filho dos
Servidores de Nível Médio da Brigada Militar, a nossa conhecida ABAMF, que nos
mês de abril completou 47 anos a serviço dos policiais militares.
A
ABAMF representa 43 mil servidores ativos e inativos; são cidadãos que seguem
nas ruas do nosso Rio Grande do Sul fardados e dispostos a zelar pelo bem-estar
e segurança de nossas famílias. A Associação assumiu o desafio de ser o
porta-voz dos brigadianos e brigadianas, bem como de trabalhar para levar
dignidade às pessoas que cuidam de nossas famílias, estimulando princípios
éticos e as aptidões voltadas ao trabalho.
Em
1962 foi plantada a semente para uma organização geradora de exemplos de
coletivismo e amor à farda, em razão da necessidade de mobilização dos
servidores da Brigada Militar, que em reuniões diárias entre cabos e soldados
do Quartel do Comando Geral, de Porto Alegre, criaram um Grêmio Beneficente,
que teve como patrono o Major Antônio Mendes Filho. Um ano de fundação foi o
suficiente para a Associação ultrapassar os muros do Quartel General e se
estender a todas as unidades da Brigada Militar, demonstrando que queriam mais
para si, mais para seus familiares e mais para a sociedade.
Muito
se tem feito em prol da família brigadiana. Entre as principais conquistas da
entidade, podemos lembrar a Lei do Plano de Carreira, que fixa promoções por
antiguidade e merecimento, a reforma da previdência aos militares gaúchos, em
que se garantiu a posição dos brigadianos como única categoria a não ter o
tempo de serviço aumentado. Da Associação também é o mérito pela conquista do
direito de ter qualquer servidor de nível médio da Brigada recebendo
gratificação por comando e pela promoção de 1.197 cabos à graduação de terceiro
sargento, bem como a regulamentação e implementação da hora extra junto ao
Executivo gaúcho em 2000. E mais ainda: o esforço da entidade garantiu o
retorno de 222% do adicional de risco de vida aos policiais militares e a
exigência de ato exclusivo do Chefe do Poder Executivo Estadual para nomear ou
exonerar cargos da Brigada Militar.
Atualmente,
a Entidade tem protagonizado manifestações contra a desvalorização dos
trabalhadores, chamando a atenção da sociedade à negligência frente ao excesso
de brigadianos mortos. A credibilidade da Associação é legitimada por seu
quadro de associados: são dezesseis mil policiais militares que acreditam na
força da ABAMF para fazer valer seus direitos. Há tanto mais para falar da
ABAMF! A entidade liderou a negociação para aproveitamento dos servidores da
reserva ativa no Poder Judiciário em 2004 e teve participação efetiva na
formatação da Lei nº 12.201, referente à matriz salarial. Também tomou a frente
das negociações para o aumento no valor da indenização por acidentes e por
morte em serviço. É de autoria da ABAMF a ação contra o aumento da contribuição
do IPE em 11%. Nessa questão, a entidade obteve vitória judicial que manteve em
5,4% a contribuição da previdência pelos policiais militares. São incontáveis
os feitos de bravura. É a história de pessoas que seguem contribuindo por um
Rio Grande mais justo, menos desigual, melhor para se viver e conviver. Porém
somos sabedores de que existem muitas lutas pela frente, envolvendo condições
dignas de trabalho: salário adequado, efetivo em número proporcional à
população, plano de assistência médica, renovação de viaturas e de equipamentos
de proteção individual.
Sabemos também que só a dedicação ao ofício, a
lealdade à farda, o amor à vida e ao ser humano justificam a aspereza do
cotidiano de nossos brigadianos e brigadianas, razão pela qual manifestamos o
nosso reconhecimento a todos os diretores, presidentes de regionais e
conselheiros da ABAMF, pessoas que têm dedicado seu tempo e seu suor em prol da
categoria, que encontra, na ABAMF, o espaço democrático para a livre expressão
e apoio às suas demandas.
Por tudo isso, quero aqui expressar nossa gratidão
pela Entidade, desejar vida longa, bom trabalho a todos que estão à frente da
ABAMF. Nosso parabéns a esta Entidade, tão gloriosa no nosso Município e que
atua em todo Estado. Parabéns.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Waldir Canal, em nome da Bancada do PDT,
quero saudar V. Exª por esta brilhante iniciativa, possibilitando à Câmara
Municipal prestar esta homenagem à nossa querida e gloriosa Brigada Militar.
Quero aqui, de público, meu caro Presidente, reconhecer e agradecer.
Nós tivemos um evento no sábado, aqui próximo à
Câmara Municipal, no Centro de Eventos do Parque da Harmonia, onde a Brigada,
sem dúvida nenhuma, prestou esse extraordinário e bom trabalho em prol da comunidade, em prol do evento.
Hoje pela manhã estive na Brigada Militar e agradeci ao Subcomandante da
Brigada Militar pelo trabalho de vocês. Eu faço de coração, de público, este
agradecimento no dia de hoje. Parabéns! Muito obrigado.
O
SR. WALDIR CANAL: Obrigado,
Ver. Ervino Besson.
O
Sr. Valter Nagelstein: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Waldir Canal, quero
cumprimentar V. Exª pela iniciativa e cumprimentar os dirigentes da ABAMF que
aqui nos distinguem com as suas presenças. Em nome da Bancada do meu Partido -
o Partido do Movimento Democrático Brasileiro -, em nome da Liderança do
Governo, em nome do nosso Prefeito José Fogaça, quero externar a V. Exª e aos
nossos homenageados os nossos cumprimentos. Como a nossa Brigada Militar - e a
sua história é de lutas - é uma instituição que não pode ser sindicalizada, a
ABAMF muitas vezes faz esse papel, no sentido de reivindicar melhores condições
de trabalho, já que essa categoria enfrenta risco de vida e tantas outras
questões que são importantes no dia a dia desses homens, que estão na linha de
frente, no combate à criminalidade. Cumprimentar, também, as nossas autoridades
do Montepio, que nos acompanham aqui, e todos os senhores. E, mais uma vez,
quero parabenizar V. Exª, Ver. Waldir Canal, pela iniciativa desta propositura.
E, somando-me às suas palavras, desejo vida longa à ABAMF!
O
SR. WALDIR CANAL: Muito
obrigado, Ver. Valter Nagelstein.
O
Sr. Mauro Pinheiro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Waldir Canal, em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, venho cumprimentá-lo pela sua atitude, eu
não poderia esperar outra coisa. Também gostaria de parabenizar a ABAMF pelo
excelente trabalho junto à Brigada Militar. Nós, da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, estamos sempre a postos para poder ajudar no que for preciso. Um
abraço! Mais uma vez, parabéns pela iniciativa, Vereador.
O
SR. WALDIR CANAL: Obrigado,
Ver. Mauro Pinheiro.
O
Sr. Nelcir Tessaro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Waldir Canal, eu quero o
cumprimentar por tomar a atitude desta homenagem; quero também cumprimentar a
Direção da ABAMF pelos belos trabalhos que vem prestando à comunidade. E esse
trabalho já reconhecido há onze anos, quando a ABAMF era encarregada de mediar
a
qualificação
profissional através do Estado, pois lá fizemos, na parte de informática, um
convênio que proporcionou que muitos e muitos servidores da Brigada Militar
pudessem ser qualificados. Parabéns.
O
SR. WALDIR CANAL: Obrigado,
Ver. Nelcir Tessaro.
A
Srª Fernanda Melchionna: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Waldir
Canal, já aproveito a oportunidade para saudá-lo pela iniciativa e parabenizar
a Associação, é uma justa homenagem. O PSOL, nosso Partido, está ao lado da
luta dos trabalhadores; certamente vocês podem contar conosco na luta por
melhores salários, porque, infelizmente, no Rio Grande do Sul, existem na
Brigada Militar os mais baixos salários do País. Estamos juntos com vocês na
luta por melhores equipamentos que possam ajudar a atividade policial, porque a
gente sabe como fazem falta viaturas modernas, como fazem falta equipamentos e
materiais, que, às vezes, deixam a infraestrutura da Brigada atrás, inclusive,
dos crimes organizados, pela falta de investimento, pela falta de
financiamento. Vocês podem contar com o PSOL nessa luta justa por melhores
condições de trabalho e de melhores salários. Obrigada.
O
SR. WALDIR CANAL: Muito
obrigado, Verª Fernanda.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Waldir Canal, a
Bancada do Partido Progressista também se associa à homenagem feita à ABAMF. E
tudo que diz respeito e se relaciona à Brigada Militar tem o respeito e a
consideração desta Casa, porque o brigadiano é um homem que usa mais o coração
do que qualquer outra coisa; está sempre presente, apesar das dificuldades que
tem de enfrentar. Portanto, recebam os nossos cumprimentos e que sejam muito
felizes. Saúde e PAZ!
O
SR. WALDIR CANAL: Muito
obrigado, Ver. Dib.
O
Sr. Paulinho Ruben Berta: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Exmo Ver. Waldir
Canal, é com muita satisfação que a Bancada do PPS se junta ao senhor nesta
homenagem, que é muito merecida, ao Sr. Presidente da Associação Beneficente
Antônio Mendes Filho dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar e ao Sr.
César Giovani Formoso da Costa, Diretor de Patrimônio. A Brigada Militar é tão
necessária à nossa Cidade, que nos sentimos honrados em prestar esta homenagem.
Parabéns.
O
SR. WALDIR CANAL: Sr.
Presidente, antes de devolver a palavra a V. Exª, eu gostaria de parabenizar o
Presidente da ABAMF, o Soldado Leonel Lucas, e mais uma vez registrar a alegria
de recebermos aqui o Sr. Solis Paim, nosso Vice-Presidente; o Sr. César Giovani
Formoso da Costa, Diretor de Patrimônio; o Sr. Elias Bastos, Diretor de
Esportes, todos os integrantes da ABAMF. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço
ao Ver. Waldir Canal pela sua manifestação e os apartes de todas as Bancadas.
Neste
momento eu concedo a palavra ao Sr. Solis Paim, que é o Vice-Presidente da
Associação Beneficente Antônio Mendes Filho.
O
SR. SOLIS PAIM: Sr.
Presidente, nosso amigo Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, entidades coirmãs aqui representadas - a Ascepod, o Montepio da
Brigada Militar, o Sicredimil, IBCM -, nossos associados; Potiguara, nosso
Conselheiro, e, em especial, nosso Ver. Waldir Canal. Em nome do nosso
Presidente, Leonel Lucas, só nos resta agradecer e dizer aos senhores que são
atitudes como esta que fazem com que tenhamos força para continuar a nossa luta
constante e árdua em defesa dos interesses de nossos associados, policiais
militares em geral e nossos familiares.
Então, em nome da entidade e de todo o quadro
associativo, em especial de nosso Presidente, Leonel Lucas, que neste momento
não se fez presente, está em Brasília cuidando dos interesses de toda a família
brigadiana, deixo mais uma vez o nosso muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Reitero o
carinho e o respeito que a nossa Casa tem por esta Entidade, quero dizer que o
Leonel Lucas, que não está aqui hoje, é um homem de muitas lutas, de muito
diálogo. Eu, pessoalmente, tenho não só respeito, mas uma convivência muito
grande com esta Entidade - e por extensão todos os meus colegas daqui. Quero,
então, mais uma vez cumprimentar o Ver. Waldir Canal pela belíssima
oportunidade que ele nos proporcionou neste período de Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, eu peço desculpas a V. Exª, mas quero também, em nome do
Democratas, me somar a tudo aquilo que foi dito; nós subscrevemos por inteiro,
em homenagem às entidades aqui presentes. É isso, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Ver.
Reginaldo Pujol. Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspendem-se os
trabalhos às 14h40min.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h42min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Toni
Proença solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa declara empossada a Suplente, Verª
Maristela Maffei, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana,
O Ver. João
Pancinha está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOÃO PANCINHA: Ver.
Sebastião Melo, Presidente desta Casa; Vereadores, Vereadoras, público da
plateia, telespectadores do Canal 16 e ouvintes da Rádio Web, o Ver. Bernardino
Vendruscolo protocolou um Projeto de Lei que possibilita, na questão do ITBI, que o
contribuinte que não concorde com o valor de transferência para o ITBI possa
anexar três laudos fornecidos por corretores de imóveis, para que seja
reavaliada a questão do ITBI. Eu entrei com uma Emenda ao Projeto, abrindo a
possibilidade - porque acredito que isso também é de competência dos
engenheiros - de esses laudos de reavaliação do valor do imóvel também serem
feitos por engenheiros. Então,
estamos discutindo, Vereadores e Vereadoras, com as entidades de classe, com os
sindicatos, porque, além dos corretores de imóveis - e é justa a reivindicação,
a proposta do Ver. Bernardino Vendruscolo - fazerem essas avaliações, é justo
também e é inerente à profissão que os engenheiros possam elaborar esses laudos
e serem contratados para isso. Estamos conversando com os sindicatos, com o
CREA, para viabilizarmos essa questão no Projeto de Lei, que eu julgo
importante para a questão do ITBI.
Outro tema que eu gostaria de trazer à tribuna
nesta data é em relação ao Projeto de Lei de minha autoria que possibilita a
conscientização para a doação de sangue, doação de medula óssea e doação de
órgãos através de uma campanha visual nos coletivos de Porto Alegre - ônibus e
táxis-lotações. Esse Projeto visa a colocar cartazes e a utilizar a mídia
eletrônica já existente, por exemplo, nos ônibus da Carris através do Programa
Canal Você, entre a Ativa e a Carris, possibilitando diariamente às pessoas que
utilizam o transporte coletivo em Porto Alegre aquela visão, aquela campanha
visual diária, para aumentar a conscientização em relação à necessidade de
solidariedade para a doação de sangue, doação de medula óssea e doação de
órgãos.
É comum, nas vésperas de feriados prolongados como
carnaval, Semana Santa, Ano-Novo, Natal, haver uma campanha na mídia
incentivando a doação de sangue. E, notadamente, aumenta, Ver. Dr. Raul, a
doação de sangue nesses períodos. Passados, Ver. Dr. Thiago Duarte, esses
períodos, a doação decresce. E precisamos também conscientizar as pessoas de
que esse é um simples gesto, é um gesto pequeno que pode salvar várias vidas.
Estava agendada com o Hemocentro, no dia de hoje, uma entrevista com a
TVCâmara, mas, lamentavelmente, o Hemocentro ligou desmarcando essa entrevista.
Quero crer que tenha havido um pequeno mal-entendido e que não haja, atrás
desse cancelamento, nenhum outro tema que possa vir a prejudicar o cerne do
Projeto, que é a conscientização de solidariedade do povo porto-alegrense para
divulgar a necessidade de doação de sangue, doação de medula óssea e doação de
órgãos. Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o
Requerimento de Regime de Urgência, de autoria do Ver. João Antonio Dib, ao
Processo nº 1.988/09, PLE nº 011/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo
Memorando nº 038/09, de autoria do Ver. Airto Ferronato, informando que irá
representar a Câmara na Audiência Pública que tratará dos impactos da
exploração de petróleo que se encontra na camada pré-sal, audiência prevista
para as 14 horas do dia de hoje no Palácio Farroupilha.
Apregoo o
Ofício nº 354/09, de autoria do Sr. Prefeito José Fogaça, informando o seu
afastamento do Município para uma viagem a Brasília no dia 14 de maio; e o
Ofício nº 355/09, informando o cancelamento da viagem.
Já
se encontra na sala da Presidência da Casa, Verª Sofia Cavedon, o Secretário
Eliseu Santos. Neste momento eu queria combinar com V. Exas o
seguinte: nós temos, às 15h, uma audiência com o Secretário da Saúde, que já se
encontra na Casa. Consulto se V. Exª quer falar antes, ou introduzimos o
Secretário, deixando para depois o debate. Faltam nove minutos, conforme o
aprazado. (Pausa.) Depois? Então, eu solicito, Dona Jussara, que a senhora
convide o Dr. Eliseu Santos, Secretário da Saúde, a comparecer no Plenário.
Estão
suspensos os trabalhos até o comparecimento do Sr. Secretário.
(Suspendem
os trabalhos às 14h51min.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h52min): Estão reabertos os trabalhos.
Quero
dizer que, na sexta-feira, o Vereador do PTB, Presidente da Comissão de
Educação, Cultura, Esportes e Juventude, fez uma ligação à Presidência da Casa,
dizendo da intenção do Sr. Secretário da Saúde de vir a esta Casa na data de
hoje. Levei esse assunto para a Mesa, Secretário, hoje pela manhã, na Reunião
de Mesa e Lideranças, que ocorre todas as segundas-feiras, e, por unanimidade,
entendemos oportuna a sua vinda. Quero dizer que esta iniciativa foi do
Secretário, o senhor é sempre muito bem-vindo a esta Casa; Vossa Senhoria está
aqui em comparecimento.
É
desnecessário, mas faço questão de ler o Regimento para qualquer dúvida que
houver (Lê.): “Art. 137 - O Secretário Municipal, Diretor de Autarquia ou de
órgão não subordinado à Secretaria poderá comparecer à Câmara Municipal a
convite ou espontaneamente” - é o caso - “para prestar esclarecimentos, após
entendimentos com o Presidente, que marcará dia e hora para recebê-lo [...]”.
Neste caso não foi o Presidente, mas a Mesa com os Líderes. Em comparecimento,
a autoridade falará por até quinze minutos no início e por até dez minutos no
final. Após o pronunciamento inicial da autoridade, poderão falar até dez
Vereadores, pelo prazo de cinco minutos cada, incluindo-se o requerente do
comparecimento, se houver - neste caso não houve. Portanto, de imediato, estão
abertas as inscrições para os Vereadores. Repetindo: diz o Regimento que, após
o pronunciamento inicial da autoridade, poderão falar até dez Vereadores, pelo
prazo de cinco minutos.
Com
toda a certeza, se partiu do Secretário a iniciativa de vir aqui, acho que sua
intenção é de responder as perguntas que porventura possam existir por parte
dos Vereadores, assim posso imaginar. Acho que, se houver mais Vereadores e se
os senhores entenderem de falar, não serão cinco minutos, creio que devemos
proporcionar que mais Vereadores possam falar, talvez seja um entendimento.
Solicito que os Líderes procedam a um entendimento, e o que assentirem a Mesa
acatará. (Pausa.)
O
Sr. Eliseu Santos, Secretário Municipal da Saúde, está com a palavra.
O
SR. ELISEU SANTOS: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; demais Vereadores, senhoras e senhores, quero
agradecer a recepção logo que me coloquei à disposição de vir aqui.
O
assunto, todos sabem, é a empresa Reação Segurança e Vigilância. Essa empresa
trabalha com a Prefeitura desde 2000, através do Processo nº 16.664. Nós, da
Secretaria da Saúde, a herdamos, é mais uma herança incomodativa, isso está nos
anais da Casa. Quem tiver dificuldade, olhe qual foi a data do primeiro
contrato, que é do ano de 2000, tenho aqui até o número do contrato. Ver.
Sebastião, meu querido Presidente, tenho documentos que pedi que fossem
entregues a todos os Vereadores. Vou ler o que saiu na página policial do
jornal Zero Hora (Lê.): “Empresa de vigilância passa de prestadora de serviço à
investigada pela Polícia Federal”. Os senhores podem acompanhar, a empresa
prestou serviço de vigilância seis meses para a Polícia Federal; segundo o
Delegado Ildo Gasperetto, ela não pagava os salários dos seus funcionários,
havia uma série de irregularidades. Foi rescindido o contrato dessa empresa e
aberto um inquérito que ainda tramita na Polícia Federal. Logo abaixo também
diz (Lê.): “Mudança na segurança do Mercado Público”. Os permissionários das
bancas reclamaram que essa empresa, em vez de colocar “x” funcionários, não
colocava, que atrasava o pagamento, criando um embaraço muito grande, e eles
solicitaram o rompimento com a empresa, o que aconteceu - foi rompido o
contrato unilateralmente.
A
empresa, trabalhando conosco, continuou no mesmo estilo. Tivemos vários postos
com problemas de arrombamento, no Postão da Vila dos Comerciários e outros, e
eu perguntava ao Diretor Administrativo: “E a vigilância? Os guardas onde é que
estavam?” E sempre havia evasivas. Então nós determinamos que a lei fosse
cumprida. Conforme os documentos, a data da notificação de advertência foi em
12 de março, foi advertida em 24 de março; a data da notificação de multa foi
em 16 de maio e a data da multa em 03 de junho; a data da notificação de multa
em dobro foi em 11 de julho e a multa em dobro foi em 20 de agosto. Isso
seguindo o que determina a lei. Em 03 de dezembro de 2008 encaminhamos pedido
de licitação para o Secretário da Fazenda, para escolher uma nova empresa,
porque quem contrata não é a Secretaria da Saúde, quem contrata e faz a
licitação é a Secretaria da Fazenda, que nos manda uma empresa, como mandaram
agora uma nova empresa. Como há dois, três meses também outras empresas de mão
de obra, de limpeza foram encaminhadas; trabalharam um, dois meses, não pagaram
os seus funcionários, e nós rescindimos o contrato logo. Houve duas empresas
que duraram praticamente noventa dias. Essa é a nossa praxe.
Mas,
por coincidência - as coincidências acontecem -, logo depois do dia 03 de
dezembro de 2008, saiu a licitação para a nova empresa, e quem tratava disso
tudo, quem encaminhava os processos não era Secretário, o Secretário tem muita
coisa para fazer, era o Diretor Administrativo. Quando o Diretor Administrativo
encaminhou essa licitação, por coincidência, sua casa, de madrugada, às
6h40min, foi crivada de balas; segundo testemunhas - houve ocorrência policial
-, dois ocupantes de uma moto fizeram isso.
E
agora voltando para o fato: sexta-feira eu recebi um telefonema do
Procurador-Geral do Município, João Batista Figueira, dizendo que tinha uma
fita, um vídeo sem som, mudo, mostrando que o Procurador Marco Antônio
Bernardes estava lá extorquindo essa empresa assim, assim, assim. Os senhores
conhecem bem a história. Chamei o Procurador, e ele negou. Aí eu perguntei:
“Mas o que você estava fazendo lá?” Ele disse: “É do conhecimento de todos que
eu fui assaltado, com arma, roubaram o meu carro, roubaram meu celular, e, como
eu venho conversando com esse pessoal já há muito tempo, eu contei para eles,
eles me disseram que me dariam dicas de segurança, e eu fui lá”. E continuou:
“Se tivesse som, seria muito bom. Eles tiraram o som”. Qualquer pessoa
inteligente sabe que quem incriminar outro coloca dois, três microfone e capta
tudo, mas aqui aconteceu o contrário, nós temos um vídeo sem som. Aí eu disse
para ele: “Eu perdi a confiança em ti porque tu foste visitar esse pessoal, que
não merece o nosso crédito. Quem visita lambuzado se lambuza. Então, a partir
deste momento, você está demitido”. Ele pegou as suas coisas e foi embora.
Nós
solicitamos à Drª Simone Mariano da Rocha, Procuradora-Geral de Justiça, que
encaminhe um Procurador de Justiça para acompanhar uma sindicância que vamos
fazer. Queremos saber tudo sobre isso, porque, se começou lá em 2000, pode ser
que tenha muita coisa para a gente buscar. Também temos nos documentos um
relatório do Procurador-Geral do Município que encaminhamos para as
autoridades; temos mais um outro Ofício, encaminhado à Drª Simone Mariano da
Rocha, em que pedimos a abertura de inquérito criminal - se eles entenderem que
seja caso de inquérito criminal. Também encaminhei Ofício para o Dr. Ildo
Gasparetto, uma vez que a Polícia Federal demitiu essa empresa sob a alegação
de que ela não pagava, de que havia uma série de irregularidades, por isso
estava abrindo inquérito, queremos saber no que deu esse inquérito. A Polícia
Federal é a entidade que fiscaliza essas empresas de vigilância.
E
um dos detalhes que chamam a atenção é que os grandes escândalos neste País
ocorrem quando o dinheiro sai do Governo e vai para fora. E a briga toda aqui
era o contrário. Nós dissemos que, sem a documentação hábil, sem as negativas
do INSS, o nosso financeiro, que é um funcionário de carreira da Prefeitura,
não aceitaria pagar; ele não recebeu pressão de ninguém e não pagou.
Encaminharam-se para a Procuradoria-Geral créditos que essa empresa tinha, e
ainda tem, e só não recebeu não porque a Secretaria ou a Prefeitura quis passar
calote, mas porque eles não tinham as credenciais, as negativas, como a
Constituição, no art. 195, exige. Foi feita uma nova licitação de que eles
também poderiam participar; qualquer empresa poderia. E não participaram porque
não tinham as negativas.
Nas
últimas folhas destes documentos, há duas ocorrências policiais. Uma é de uma
empresa contra um funcionário, que claramente expressou a sua ideia sobre o que
imaginava estar ocorrendo. E há outros funcionários que receberam ameaças. Eu
não consegui pegar todas as ocorrências, mas, se nós, nessa sindicância,
buscarmos, vamos ter todas. Aqui, um funcionário de carreira da Prefeitura, um
engenheiro, que não tem nada a ver com isso - não é ele quem contrata, não é
ele quem paga, quem contrata é a Secretaria da Fazenda -, foi ameaçado. As
pessoas diziam assim para ele: “Se não renovar o contrato, ó...!”. E mostravam
o revólver. Ele ficou tão impressionado - tinha gente que ficava encostada no
carro dele -, que foi à Polícia fazer uma queixa. Está aqui à disposição, foi
distribuído para os senhores. Também chegou lá na Secretaria da Saúde uma ficha
de um dos representantes da empresa, o Sr. Jorge. Alguém que conhece bem a vida
desse cidadão mandou a ficha policial para nós. Não sei se chegou aqui. Então,
é tudo com tranquilidade, com clareza, não temos nada a esconder. Estou aqui à
disposição de todos para responder.
Qual
é o crime? O crime é que eles queriam receber os recursos, mas a Prefeitura não
paga sem os documentos hábeis. Essa denúncia contra o Procurador nós já
encaminhamos, vamos abrir sindicância, vamos para o Ministério Público. Ele
pode negar, negar e negar, mas só por ter ido visitar já perdeu a minha
confiança. E ele rebate, com muita ênfase, dizendo que qualquer cidadão
semianalfabeto sabe que, quando vai fazer uma armadilha para alguém, a primeira
coisa que tem que fazer é ficar com um som ali, para escutar, porque a época do
cinema mudo já passou. Ele vem com esses argumentos, mas eu disse: “Olha, não é
por isso, o teu argumento até é forte, mas só por ter ido visitar esse grupo tu
estás fora.” E eu estou repelindo toda e qualquer afirmativa de que a
Secretaria tinha algum conhecimento disso. Essa é uma empresa que nós herdamos,
e, além de nós herdarmos, ela começou a mostrar, a partir de 2007, 2008, várias
irregularidades não só conosco, mas com a Polícia Federal, que está acima de
qualquer suspeita, com os permissionários do Mercado, com a Secretaria da
Saúde. A nova empresa já assumiu, e quem vai resolver sobre pagamento vai ser a
Procuradoria-Geral do Município. A Prefeitura não é caloteira, está à
disposição, mas vai pagar dentro da lei, com a documentação que exige a
Constituição Federal - quem conhece sabe - no art. 195. Então, esta é a
história. Estamos à disposição, estamos com a consciência muito tranquila do
que se faz na Secretaria.
Todos
nós sabemos que esta Secretaria nos tem dado um trabalho muito grande na
recuperação dos postos. Eu fui visitar agora o Posto Belém Novo e perguntei
para os funcionários: “Quantos anos tem esse posto?”, responderam: “Mais de
vinte.” “Quantas manutenções teve?”, responderam: “Nenhuma”. O Posto está todo
rachado, com risco de queda de paredes, e nós já autorizamos o aluguel de uma
casa para recuperar aquele posto. Estamos trabalhando com muita ênfase, mas com
clareza, com peito aberto. Não tememos ninguém e estamos aqui à disposição dos
senhores. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ELISEU SANTOS: Desde
que se enquadre no meu tempo. Na sexta-feira passada, eu estive com o General
Goulart, Secretário de Segurança, e com o Delegado Diogo, da Inteligência da
Secretaria da Saúde, porque, além de os funcionários da Secretaria sofrerem
ameaças de morte, eu, de manhã, na sinaleira da Av. João Wallig com a Av. Dr.
Nilo Peçanha, fui ameaçado por dois motoqueiros, que me disseram: “Tu estás nos
perseguindo, nós vamos te matar”. Fugiram. Isso não esquenta a minha cabeça. Estou
tranquilo, mas procurei a Secretaria de Segurança e, hoje às 16h, tenho que ir
ao Palácio da Polícia formalizar uma queixa especial de suspeita em relação a
esses elementos. Mas, saindo daqui às 15h50min, chego ao Palácio, na Av.
Ipiranga esquina com a Av. João Pessoa, em tempo. Estou à disposição dos
senhores.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Só para um esclarecimento: quem são os outros quatro Vereadores? Só para
constar.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
Secretário Eliseu Santos, acho que esta Casa tem se comportado e tem sido
bastante responsável, ao longo da sua história, em relação à Administração
Pública, e, também, nós queremos nos manter assim, especialmente em relação à
política da Saúde no Município de Porto Alegre. Não queremos que paire sobre a
Câmara Municipal a mesma suspeição que paira sobre o Governo do Estado. Nós
aqui achamos importante este momento, mas isso em nada modifica aquele objeto
que entendemos ser o fórum adequado para que a população de Porto Alegre tenha
os esclarecimentos necessários em relação às graves denúncias veiculadas pela
imprensa na semana passada. Quero aqui referendar que é importante a presença
do Secretário, mas o fórum adequado é aquele que tem o poder de fazer essa
investigação a fundo.
Há
questões, na fala do Secretário, que ainda não ficaram claras. A primeira
delas: nós queremos saber, Sr. Secretário, desde quando o Diretor Jurídico, que
tem um Cargo de Confiança, o Sr. Marco Bernardes, estava trabalhando na
Secretaria da Saúde. Ele era uma indicação sua, particular? De quem era a
indicação? Uma segunda questão que eu acho importante: o Sr. Diretor Jurídico
indicado falou em seu nome na veiculação do vídeo feito pelo dono da empresa
Reação, o que o senhor tem a dizer a respeito disso? Vossa Excelência também
pode nos ajudar no seguinte raciocínio: o senhor afirma que as denúncias são
vazias, mentirosas, irreais; então, por que houve a demissão do Diretor
Jurídico da Secretaria antes da abertura da sindicância? Nós sabemos que o
objeto da sindicância é extremamente importante, mas, como ex-funcionário da
Secretaria, ex-Cargo de Confiança, o Sr. Marco Bernardes é obrigado a responder
a essa sindicância? Ou ela é aberta? De que forma? Ela tem um outro objeto?
Isso não está claro para nós. E isto também não parece contraditório: demite-se
o funcionário, ele é afastado completamente, e se abre uma sindicância para
apurar os fatos, mas não há uma obrigação legal do comparecimento desse
servidor na sindicância?
O
senhor diz que tem interesse em esclarecer - que bom! -, mas nós queremos saber
qual é o objeto real dessa sindicância, porque isso não apareceu na sua fala
inicial. Também, no nosso entendimento, a demissão antecipada pode ser
caracterizada como um julgamento, significa dizer que o seu Diretor Adjunto,
então, pode, por essa sua iniciativa, a da demissão, confirmar a prática do ato
delituoso na Secretaria Municipal da Saúde. Senão, vejamos: o senhor continua
respondendo às afirmações dos empresários como mentirosas, mas, por outro lado,
demite o Diretor envolvido. Ou seja, todas as afirmações, inclusive a de que o
seu Diretor falava em seu nome, não são verdadeiras. Isso é uma afirmação sua.
O que, na sua opinião, isenta de culpa o Diretor Jurídico? Por que o senhor o
demitiu? Eu não consigo entender e acho que a população de Porto Alegre também
não consegue entender. Fica esta dúvida: há a demissão do CC, e depois se abre
a sindicância para esclarecer. Qual é a parte dessa afirmação, Sr. Secretário,
que é verdadeira? No meu entendimento, há uma grande contradição sua nesse
momento.
Uma
outra questão que também o senhor não respondeu: por que a empresa ficou
prestando serviço na Secretaria, sem estar legitimamente contratada, sem estar
legalmente contratada junto à Secretaria? Quem autorizou a manutenção desse
serviço? Quem garantiu essas prorrogações de contrato, que foram feitas ao
longo dos anos, como o senhor está colocando? O senhor tinha conhecimento de
como se dava o pagamento afirmado pelo empresário como ajutório para a
Secretaria da Saúde? Como o senhor fará o pagamento do serviço prestado, já que
a falta de contrato impede o empenho da despesa junto ao Orçamento?
Eu
teria muitas outras questões, mas lamentavelmente pelo pouco espaço de tempo,
Sr. Presidente - já vou concluir -, não poderei fazer neste momento. Agora, eu
gostaria que fosse solicitada cópia integral do Processo que tratou da
contratação dessa empresa, desde o início do seu contrato na Prefeitura
Municipal de Porto Alegre até o dia da sua rescisão. Já que o Secretário tem um
grande empenho em estar aqui fazendo esses esclarecimentos, gostaria de obter -
acho que esta Casa merece - cópia integral desse Processo, desde o início do
seu contrato na Prefeitura Municipal de Porto Alegre até a sua rescisão.
Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
Sr. Secretário da Saúde, acho que é muito importante que o senhor tenha vindo
aqui, é muito grave o que estamos vivendo, não apenas o fato em si ou a denúncia.
Em primeiro lugar, Sr. Secretário, aproveito para lhe dizer que o problema na
Saúde não é só a reforma dos postos de saúde. Não há lugar de Porto Alegre a
que a gente vá, e as pessoas não afirmem que têm dormido na fila desde o dia
anterior, para tentar conseguir ficha para consultas, e isso, para mim, é tão
grave quanto as denúncias de corrupção de sexta-feira - aliás, é mais grave,
porque mata pessoas, Ver. Nilo.
Mas o
Parlamento quer saber o que está acontecendo na Secretaria da Saúde, em que os
Agentes Comunitários de Saúde ainda estão na condição de estagiários, em que o
PSF ainda está terceirizado, e há suspeita, sim, sobre o contrato, desde o
início, do Instituto Sollus - uma empresa de fora, sem tradição na Saúde, é
extremamente questionada essa contratação. E o tema da segurança já tinha
chegado para nós, em alguns momentos, por falta de pagamento, por inadequação
de equipamentos, pelo uso de coletes e armas junto a postos de saúde, eu sei
que estão recuando, mas a empresa sair atirando... A Verª Celeste perguntou,
mas quero insistir: quantas vezes foram prorrogados os contratos, para ela
estar atuando de 2000 a 2008? Já fui Secretária de Educação, nós contratávamos
por dois anos e prorrogávamos por, no máximo, mais dois, e isso aqui dá oito anos!
Oito anos com uma empresa, sendo prorrogados os contratos, porque a principal
acusação é de que era preciso pagar propina a fim de que os contratos fossem
prorrogados. E, pelo que me lembro como gestora, tinha que haver uma
justificativa muito séria para prorrogar contrato e não fazer nova licitação.
Acho que a Verª Celeste pediu, eu ratifico e lembro a expressão do Ver.
Sebastião Melo há alguns anos: “Precisamos de cópia capa a capa” do processo
dessa empresa, porque não é de pouca coisa que ela está acusando a Secretaria
Municipal da Saúde. Ela está dizendo que mantinha os seus contratos - não sei
se foi tudo por prorrogação ou nova licitação - por intermédio de propinas. E
diz que era para o Presidente do PTB que entregava e que era para o Secretário
da Saúde.
Este tema
envolve também o nosso Vereador mais votado na última eleição. E eu pergunto,
Secretário: era, de fato, o Ver. Maurício Dziedricki o candidato apoiado pela
maioria da Secretaria da Saúde? Procede a denúncia que o representante da
empresa faz de que ele pagou churrascos em locais públicos, foi obrigado a
fazer churrascos em determinados locais públicos, bancados com o dinheiro da
empresa? Obrigado é no sentido de poder manter, entendemos nós, os seus
contratos com a Saúde. Ora, é sobre o Ver. Maurício; nós estamos andando no
Orçamento Participativo, e as pessoas estão acusando no microfone, dizendo que
ele fez muitas obras fora do OP e trocou por voto. São moradores que estão indo
ao microfone e denunciando o Vereador e, novamente, Secretário de Obras do
Governo Fogaça, Maurício Dziedricki. Ele era apoiado pelo senhor e pelos seus
correligionários na Secretaria da Saúde? Porque há muitos indícios, há muito
zum-zum-zum falando do uso da máquina pública pelo Ver. Maurício Dziedricki.
Por fim, quero perguntar se esta ficha corrida
que hoje foi entregue aqui
em nossas mesas sobre o Jorge Renato Hordoff de Mello, que, pelo que sei, é um
dos donos que respondem pela empresa, esta ficha, com várias ocorrências
policiais, era de conhecimento da Secretaria? Ocorrências que vêm lá de 2000,
2007, 2008 e 2009, são ocorrências graves para uma Secretaria manter relações
de serviço público, colocam sob suspeita e, na minha opinião, tornam possível,
sim, que uma pessoa com essa ficha estivesse fazendo negócios não republicanos
com a Secretaria da Saúde. Então, acho, Secretário, que é muito grave, acho que
esta Casa, Srs. Vereadores, precisa escutar o denunciante e precisa se debruçar
sobre esses dois vieses de denúncia. Nós não podemos continuar omissos. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, nós ficamos quase oito minutos ouvindo a Verª Sofia Cavedon falar
sobre um monte de coisas sem dizer nada claro para nós. Oito com sete já são
quinze minutos, usaram o tempo de três Vereadores na tribuna. Sejamos mais
objetivos e pontuais ou, então, abramos espaço para que outros se inscrevam.
Obrigado.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Sebastião Melo, apenas quero dizer ao Ver. Nilo Santos que eu não tenho que dar
respostas aqui, eu fiz é muita pergunta. O tempo é pequeno para um assunto tão
complexo.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereadores,
eu agradeço as manifestações e faço um apelo para que o Regimento seja
cumprido. Não vou cortar a palavra de nenhum Vereador, até porque não é do meu
feitio, mas faço um apelo para que se cumpra o Regimento. Posso afirmar a V.
Exª que a Vereadora ocupou seis minutos, como a Verª Maria Celeste, portanto os
Vereadores também terão seis minutos, porque serei igualitário com todos.
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Vereadoras,
Vereadores, público que nos assiste, Secretário, acho que é fundamental a sua
vinda aqui, porque o assunto é bastante grave, e a população de Porto Alegre
certamente está esperando um esclarecimento, está esperando a averiguação das
denúncias veiculadas na imprensa durante a semana passada, no dia 13 de maio.
De fato, o caso não pode ser tratado como um caso isolado, como o Secretário
tenta colocar, evidentemente, na sua fala, com relação ao Marco Antônio
Bernardes, que era CC da Prefeitura até então, sendo ele demitido e aberta uma
sindicância. Pelas denúncias que apareceram na imprensa, pela própria fala do
Sr. Jorge Renato, o que parece é que havia um grande esquema montado de
propina, que variava de dez a trinta mil reais, segundo a fala do Sr. Jorge
Renato, dono da empresa Reação. E ele reafirma que foi extorquido durante esse
período, reafirmando, portanto, a sua declaração anterior.
A
mesma coisa é o Sr. Marco Bernardes, quando fala que nunca foi pedir dinheiro
para uso próprio, mas a mando da Direção do PTB e do próprio Secretário. Digo
isso porque nós não podemos tratar uma denúncia tão séria - segundo ele - com
leviandade. Acho que, assim como o Secretário está aqui hoje, é fundamental que
as outras partes sejam ouvidas, é fundamental que outros órgãos se envolvam
nessas denúncias. Primeiro, faz-se necessária uma auditoria do Tribunal de
Contas do Estado. Acho que seria um bom procedimento, para que a averiguação
não se dê como um fato isolado. É fundamental, também, a visita do Jorge
Renato, para que esclareça as suas denúncias, que são muito graves. É, também,
fundamental a visita do Sr. Marco Bernardes, para esclarecer essas denúncias
que aparecem na imprensa.
E
tramita nesta Casa um pedido de CPI feito pela Verª Maria Celeste. Acho que a
Casa, para cumprir o seu papel de Câmara de Vereadores e esclarecer um fato tão
relevante para a cidade de Porto Alegre, tem de assinar o Requerimento, tem que
se comprometer, a fim de ouvirmos todas as partes, para que se tenha a
documentação, para que não fique só uma versão ou outra; que a gente possa
esclarecer à cidade de Porto Alegre as graves denúncias veiculadas na semana
passada. Não podemos esquecer de que se trata de doze minutos de vídeo sem
áudio. Aliás, onde está o áudio dos vídeos? Essa é uma pergunta importante. Não
podemos esquecer, também, de que nos vídeos aparecem envelopes. O que há dentro
desses envelopes? Não podemos nos esquecer de que no vídeo aparece uma arma em
cima da mesa, uma espingarda. O que fazia em cima da mesa uma arma? O Sr. Marco
diz que foi oferecida para a sua segurança. O Sr. Marco corria risco de vida?
Bom, isso tem de ser esclarecido. Estou dizendo que são fatos fundamentais de
que esta Casa precisa tomar ciência, para que possa se pronunciar a respeito
das graves denúncias apresentadas.
Quero
aproveitar a visita do Secretário Eliseu para fazer quatro questionamentos.
Tendo em vista, Sr. Secretário, que o término do contrato da empresa Reação era
em dezembro, quando foi aberta outra licitação para que outra empresa
assumisse? Segundo, como uma empresa que não apresentou as negativas do INSS
foi contratada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre? Terceiro, o
Secretário disse na sua fala que, desde 2000, a empresa é contratada pela
Prefeitura. Os contratos administrativos podem ser prorrogados por cinco anos
apenas. Como a empresa ficou oito anos com contrato administrativo prorrogado
com a Prefeitura de Porto Alegre? Desde quando, Sr. Secretário, Marco Antonio
Bernardes era CC da Prefeitura, antes de ser da Secretaria Municipal de Saúde?
E, em último lugar, foi entregue agora, antes do início da plenária, uma lista
de ocorrências policiais do Sr. Jorge Renato, presidente da empresa Reação.
Antes de firmar um contrato ou prorrogar um contrato administrativo, não foi
olhada a ficha corrida do dono da empresa? Ou se olha apenas quando o dono da
empresa traz denúncias sobre a relação com a Secretaria Municipal de Saúde?
Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Sr. Secretário, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
procurarei ser bem objetivo, irei ao ponto, porque nós precisamos levantar
questões. Eu vou extrapolar um pouco os temas aqui discutidos, porque há outros
que também dizem respeito à Secretaria.
Sr.
Secretário, eu venho aqui fazer uma denúncia sobre a prática de horas extras
sem o respectivo cumprimento de horário. Isso se dá no HPV, e os beneficiários
são os funcionários Francisco Carlos Machado da Silva, colaborador do
laboratório, e o seu colega Marcelo Bósio, que realizam 48 horas semanais de
horas extras sem o respectivo cumprimento da carga horária, conforme pode ser
testemunhado e verificado no livro-ponto. Também denuncio aqui a prática de
assédio moral e de perseguição contra o Sr. Terres, que foi colocado à
disposição no dia 23 de abril e substituído por uma pessoa contratada.
(Aparte
antirregimental do Ver. Dr. Thiago Duarte.)
O
SR. CARLOS TODESCHINI: É
só verificar, qualquer Vereador pode ter acesso ao livro-ponto; o senhor também
tem esse direito, Ver. Dr. Thiago.
E
o Diretor do HPV, Dr. Casartelli, impede essa pessoa de trabalhar; esta pessoa
está aqui. Também a Comissão de Saúde, meu caro Líder do Governo, amanhã terá
uma reunião em que aprofundará o assunto.
No
início da sua fala, o Sr. Secretário falou em herança incomodativa, porque o
contrato vem do ano 2000. Pois bem, esse contrato foi muito bom até um tempo,
depois passou a ser ruim - é isto? Como ele foi renovado? Por que ele foi
renovado? Foi com licitação ou foi com favorecimento? De mais a mais, surgiram
denúncias, elementos vieram à tona, de que parte dos recursos pagos no contrato
era para campanha de um Vereador eleito para esta Casa com milhares de votos!
Ainda que este Vereador não tenha sido um exemplo de trabalho, de dedicação, de
aprovação de projetos - sequer de trabalho na Secretaria da qual faz parte -,
como é que pode? É bom que a gente saiba. E também há aquele contrato dos
quarenta carros locados, subfaturados, venceu-se uma licitação, que hoje é
objeto de investigação, inclusive, da Justiça.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Sebastião Melo; ao saudá-lo saúdo também o nosso Secretário da
Saúde do Município de Porto Alegre, Dr. Eliseu Santos; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha nesta Sessão e os que
nos acompanham pelo Canal 16, sem dúvida, Professor Eliseu, nós estávamos muito
ansiosos para recebê-lo, porque muitas vezes esta Casa requereu a sua presença
no ano anterior, mas V. Sa. não compareceu, ao contrário deste ano, em que V.
Sª já compareceu na Comissão de Saúde e hoje comparece aqui no Plenário. Essas
vindas são de extrema importância para tirarmos as nossas dúvidas e, ao mesmo
tempo, para cumprirmos o papel de Vereador: a fiscalização dos serviços
públicos da cidade de Porto Alegre.
Sabíamos
algumas coisas, porque ventilou na segunda-feira passada, neste plenário,
quando este cidadão, o Jorge Renato, esteve aqui e relatou abertamente sobre os
inúmeros problemas que havia na Secretaria da Saúde, e ele disse que tinha mais
a dizer. Percebemos alguns dias depois, no programa de televisão Jornal do Almoço
- como também em outras empresas de televisão -, o que, de fato, esse cidadão
pretendia dizer à cidade de Porto Alegre e à Câmara de Vereadores: graves
denúncias. Denúncias que, para quem está lembrado no ano anterior, diziam
respeito a alguns postos de saúde que não abriram por falta de segurança,
porque já tinham sido assaltados e onde os cidadãos ficaram sem atendimento
médico. Percebemos, agora, que a incompetência de quem administra ou de quem é
o gestor - com o perdão da palavra, incompetência, mas é a realidade -, de não
resolver isso antes, fez com que acontecessem aqueles fatos, esporadicamente,
porque nós, enquanto Comissão de Saúde, percebemos nas visitas que fizemos e
nas denúncias dos próprios servidores, que diziam da falta de segurança nas
unidades de saúde.
Por
essa razão, a vinda do Secretário é de extrema importância, para esclarecer
alguns fatos. Primeiro, nobre Secretário, V. Sa. disse que abriu uma
sindicância, só não determinou prazos. É importante determinar prazos e mandar,
ao final do prazo, o relatório a esta Casa. Solicito a Vossa Senhoria que o
final da sindicância chegue a nós, para tomarmos os devidos encaminhamentos.
Por
outro lado, percebemos que este cidadão, o Jorge Renato, foi à Secretaria
acompanhado de outras pessoas que se diziam reais representantes da empresa.
Portanto, nobre Presidente, faço um novo encaminhamento. Da mesma forma que foi
dado ao Secretário o direito de aqui comparecer, que seja dado ao Diretor dessa
empresa o mesmo direito, que ele possa vir à Mesa Diretora ou ao plenário desta
Casa fazer o contraditório, a ampla defesa das denúncias aqui levantadas.
Acredito,
nobre Secretário, que nós, como Vereadores, fizemos o dever de casa. Por
exemplo, denunciamos no ano passado as inúmeras reformas feitas na unidade de
saúde, reformas subfaturadas, como a que aconteceu na Unidade de Saúde
Esmeralda, na Lomba do Pinheiro: foram 104 mil reais por uma minirreforma! Por
essa razão temos dúvidas, que nos ensejam a fazer uma investigação em muitas
áreas da Secretaria da Saúde, porque as coisas que chegam a esta Casa não são
tão levianas assim, acredito que tenham procedência. Não é justo que uma
unidade de saúde ganhe 12 mil reais para uma reforma e a uma outra ganhe 104
mil reais, e no mês seguinte caiam a janela e o ar-condicionado! É importante
que se investigue, de fato e a fundo, o que está acontecendo na área da Saúde.
Assim como o problema da marcação de consultas é real. É real! Há pessoas que
ainda esperam dois anos por uma consulta. Não há agilidade, não houve a
implementação do novo projeto, como foi prometido.
Por
essa e muitas outras razões, quero elogiar a vinda do Secretário e dizer que é
de extrema importância o esclarecimento desses fatos, até porque vai
possibilitar que os Vereadores decidam se vão assinar ou não a CPI. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro
a presença do Secretário Substituto da SMOV, Cássio Trogildo, aqui no plenário
da Câmara. Seja bem-vindo, Secretário!
O
Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra. (Pausa) Desiste. O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente, ilustre Secretário, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a
Verª Maria Celeste estranhou o fato de o Secretário ter demitido o CC, porque
ainda não está comprovada a justa causa. Ora, senhores e senhoras, se alguém
perde a confiança deve ser imediatamente demitido, por isso a denominação
“cargo de confiança”. A Vereadora se preocupa no sentido de que ele não terá
obrigação de responder a sindicância. Como não? Eu quero ver alguém se negar a
ir à Polícia Federal, a ir ao Ministério Público, porque, senão, será
conduzido. Eu não entendo a falta de experiência das pessoas que aqui se
colocam. Então, quando diz respeito a Cargo de Confiança, é demissão imediata.
A Verª Fernanda Melchionna pede uma Auditoria do Tribunal, mas sabe que uma das
prerrogativas dos Vereadores é exatamente pedir uma Auditoria do Tribunal. Pode
pedir diretamente ao Tribunal, este vai julgar se deve fazer ou não. É uma
prerrogativa do nosso mandato.
Soube
que vai ser pedida uma CPI nesta Casa. Senhoras e senhores, abre-se uma
sindicância com prazo - como pediu o ilustre Ver. Aldacir Oliboni, e foi muito
bem colocado -, faz-se a denúncia na Polícia Federal para investigação e
chama-se o Ministério Público, essas são as providências necessárias para uma
investigação técnica. Mas quem dos Vereadores tem capacidade técnica para
investigar? Ninguém, a não ser o Delegado de Polícia, o Dr. Fernando, que aqui
está, ele tem a técnica de investigação. Será que esta Casa não tem mais nada
para fazer? Fazer CPI? Aqui querem CPI; no Governo Federal não querem; no
Governo Estadual, querem. Então, o que eu acho? Nós temos muitas coisas a
fazer nesta Casa. Não devemos perder tempo com investigação, a não ser
realmente que esta Casa não tenha nada para fazer, não é? Porque temos pessoas
especializadas: Polícia Federal, Ministério Público e mais a sindicância
técnica. Então, qualquer tentativa é desvio de função desta Casa, embora ela possa
fazer CPI, sim. Claro que pode! Mas é muito proselitismo político e muita
demagogia, algo que temos que evitar nesta Casa. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr.
Thiago Duarte está com a palavra.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente, ilustre Secretário Eliseu Santos, eu acho que quem acaba
chancelando os nossos mandatos é a vontade popular. Então faço um apelo, neste
momento, de que só quem pode repreender o Vereador é o mandato popular, Sr.
Presidente. Nenhum outro Vereador pode repreender outro Vereador. Só quem pode
repreender o Vereador é o voto popular depositado de quatro em quatro anos na
urna. Nenhum outro, Ver. Paulinho, nem do teu Rubem Berta, nem do meu Lami, da
Restinga, nenhum outro!
Eu quero
saudar aqui a presença do Secretário; acho que o Secretário veio em muito boa
hora, só que quero retornar um pouco no tempo. Quando ouvi desta tribuna o Ver.
Carlos Todeschini falar de dois colegas do Hospital Presidente Vargas - lembro que ele foi contra os médicos na paralisação e na greve de 2004
-, recordo-me de uma entrevista há três semanas, em que ele voltou ao tema e
falou que os médicos queriam manter privilégios, o que não é verdade! Os
médicos naquele momento, como estão até hoje, junto ao Sindicato, queriam
condições adequadas para atender dignamente as pessoas. E ele vem falar de dois
funcionários do Município. Não tenho autorização para defender o Marcelo, acho
que os fatos têm que ser investigados, mas tem que ser investigada também a forma
com que V. Exª conseguiu as informações referente ao livro-ponto. Tem que ser
investigado também isso.
No que se refere ao Dr. Alexandre, eu votei aqui favorável à Moção,
todos viram. Temos pontos de divergência eu e o Secretário, ele sabe disso, eu
sei disso, com relação ao Dr. Alexandre, pois fomos a um ato lá no Passo das
Pedras, no sábado, e hoje pela manhã entrei em contato com o Simers. Qual é a
verdade? A verdade absoluta é a seguinte...
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: O assunto é este também, porque todos fogem do assunto. Aí,
só porque eu sou Vereador de primeiro mandato, eu não posso fugir do assunto! O
assunto é esse! O Dr. Alexandre não pôde ser recontratado porque a Justiça do
Trabalho considera isso uma simulação, então já estão de acordo o Dr.
Alexandre, o Simers, a Secretaria da Saúde e o Sollus, no sentido de o Simers
entrar com processo judicial propiciando a recontratação do Dr. Alexandre. Se
não for isso, Ver. Todeschini, pode ter certeza de que vou ser o primeiro a
estar nesta tribuna de novo chamando a atenção da empresa Sollus e da
Secretaria, como já fiz outras vezes aqui.
Para finalizar, quero dizer que acredito nisso, tenho certeza de que meu
colega aqui que representa também os médicos, o Dr. Raul, e toda a Bancada do
PDT estão irmanados nessa situação. Secretário, todos os fatos têm que ser
investigados, pois são graves, e que não haja omissão de nenhum setor da
Prefeitura em investigar os fatos. Quero saudar a exoneração imediata e o início
dessa sindicância. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores; meu caro Secretário Eliseu Santos, ex-colega nesta Casa, V. Sª
hoje dá um exemplo de ex-servidor aqui, de Vereador aqui, exemplo que muita
gente deveria acompanhar. Vossa Senhoria tomou conhecimento de algumas
irregularidades, agiu imediatamente e também tomou providências no sentido de
comparecer a esta Casa, a qual V. Exª pertenceu e honrou, para dar aos
Vereadores as informações necessárias. Evidentemente, dez Vereadores vão falar,
talvez mais, talvez não dê para responder a todas as questões agora, mas V. Sa.
terá os Anais da Casa e poderá complementar, inclusive a solicitação que foi
feita do Processo desde 2000. Tudo isso poderá ser feito.
Quero
cumprimentar V. Sa. mais uma vez: tão pronto tomou conhecimento de uma
irregularidade, imediatamente demitiu a pessoa que praticava a irregularidade e
abriu uma sindicância. A sindicância vai fazer com que os servidores que lá
estão e que conhecem a máquina da Casa tragam à tona alguma coisa que tenha de
irregular. Cumprimento-o em nome da minha Bancada, a Bancada Progressista, e
espero que tudo seja desanuviado e resolvido. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; prezado Secretário Eliseu Santos, que retorna
a esta Casa para debatermos neste momento problemas relacionados à sua Pasta,
problemas colocados com mais calor na discussão da Cidade.
Mas quero retomar aqui quatro eixos que me trazem à
tribuna, para que possamos fazer alguns questionamentos e elucidar fatos. O
primeiro deles é referente à prestação de contas da Secretaria Municipal da
Saúde, ou as contas da Secretaria. Em 2007, quando houve aqui uma Audiência
Pública, já cobrávamos do Secretário que as contas fossem apresentadas a esta
Casa e à Cidade e aprovadas no seu rito - isso tem que ser feito no Conselho
Municipal de Saúde. Por que trago aqui esse questionamento? Porque, no segundo
trimestre de 2006; no primeiro, no segundo, no terceiro e no quarto trimestres
de 2007 e em todos os trimestres de 2008, as contas da Secretaria Municipal da
Saúde foram reprovadas no Conselho Municipal de Saúde. Bem, se as contas foram
reprovadas, nós precisamos analisar esse contexto com mais cautela, porque não
sou eu que estou reprovando as contas e nenhum dos 36 Vereadores; as entidades
que compõem esse fórum é que têm o papel de analisar e divulgar as contas
referentes à Saúde.
O segundo ponto é que, referente a contratos e
contas da Secretaria da Saúde, aparece agora uma denúncia. A denúncia foi
trazida pelo Sr. Jorge Renato Mello, da empresa Reação - talvez esse seja o
nome adequado para o momento, talvez esteja havendo uma reação por parte do Sr.
Mello -, e a imprensa divulgou os fatos. Eu vou reproduzir alguns trechos do
que o Mello disse e do que a imprensa divulgou. O primeiro deles, que saiu
justamente no Jornal do Comércio, é dito com todas as letras (Lê.): “Segundo o
empresário, o Secretário Municipal da Saúde, Sr. Eliseu Santos, e o Presidente
Municipal do PTB” - que nós dá a honra da sua presença aqui - “Sr. José Carlos
Brack, sabiam do esquema. ‘Ele (o funcionário) pegava o dinheiro, mas ia parar
no bolso do Eliseu, tinha o aval deles’, denuncia.” Portanto, não é uma
denúncia simples. Está aqui o Sr. Secretário. É uma denúncia contra quem?
Contra o Secretário, a uma Secretaria. É uma denúncia ao Governo Fogaça. E nós,
aqui da oposição, temos o papel de trazer este tema para o debate e
esclarecê-lo com toda a tranquilidade e com todos os elementos que possamos levantar.
O terceiro tema é que o mesmo Mello traz a
denúncia: “A cobrança de propina iniciou em março de 2008. O dinheiro” - isso
foi dito pela TV Record - “serviria para reforçar o caixa do PTB, Partido do
Secretário Eliseu Santos. Relata ainda que o Ver. Maurício Dziedricki (mais
votado da capital) era o ‘candidato nato’ da Secretaria. ‘Fui obrigado a fazer
churrascos em determinados locais públicos, bancados com o dinheiro da minha
empresa.’ - denuncia. Dziedricki é o atual Secretário de Obras e Viação da
Prefeitura de Porto Alegre”. Portanto,
é um primeiro escalão; o segundo é o Secretário e o Vereador.
E
aqui eu falo do nosso Presidente Melo, do outro Melo aqui, dizendo a ele que
esta Casa deveria, sim, ir a fundo nessa investigação. Estamos fazendo uma
denúncia, a Cidade está denunciando um Secretário que é Vereador e que
representa o Prefeito Fogaça, é uma segunda denúncia de um quadro do primeiro
escalão do Governo Fogaça.
Por
último, o quarto eixo, nesses trinta segundos que me faltam: o Secretário Eliseu
informa que foi ameaçado de morte! Olhe, eu quero dizer que essa sua fala a
recebo com toda a legitimidade e com toda a preocupação. E, como Vereador da
oposição, não posso aceitar que a Casa não se debruce para investigar isso,
porque também temos que zelar pela segurança do Secretário que aí está.
Então,
são quatro fatos relevantes aqui trazidos, para que nós possamos discutir.
Colegas Vereadores, quero fazer um pedido, um requerimento, como o que foi
feito pela Verª Maria Celeste: que façamos uma investigação envolvendo todos
aqui, para elucidar isso. Devemos garantir a vida do Secretário Eliseu Santos,
é uma responsabilidade deste Vereador e de todos aqui, oposição e situação.
Portanto esta Casa tem um compromisso, sim, com esse tema. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro
também a presença do nosso querido Jornalista Armando Burd, que nos honra com a
sua presença, entre tantos visitantes na nossa Casa.
O
Ver. Nilo Santos está com a palavra.
O
SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras;
Secretário Eliseu Santos, meu companheiro de Partido; senhores e senhoras que
nos acompanham nesta tarde, quero fazer uma saudação especial ao nosso querido
Presidente Brack, que está conosco nesta tarde, muito nos honra tê-lo
como Presidente do nosso Partido aqui em Porto Alegre.
Por
algumas coisas que foram ditas desta tribuna eu até quero me desculpar,
Secretário Eliseu Santos, porque o senhor veio para uma coisa e, no final, está
participando de outra. Onde estão os argumentos para a abertura de uma CPI?
Onde estão os argumentos? Onde estão que não foram trazidos aqui? “Sim, mas há
um vídeo em que o cara recebeu propina!” O cara estava filmando, Delegado
Fernando, meu colega de Bancada, mas alguém enxergou o dinheiro? Já que ele
estava filmando, por que ele não deu o dinheiro, mesmo para mostrar que
repassava para o Marco Bernardes? Passou um envelope! Se eu estou armando
alguma coisa para o senhor e quero mostrar para todo o mundo que o senhor está
pegando o meu dinheiro, vou lhe dar o dinheiro sem envelope, para todos verem o
que eu estou passando, Ver. Mauro Pinheiro - o senhor é um homem tão
inteligente e não pára para pensar!
Até
vou fazer uma correção aqui. Já conversei com a Verª Fernanda, e ela reconheceu
que cometeu um equívoco dizendo que o ex-assessor Marco Bernardes falou que
repassava dinheiro para A, para B; ele não falou. O empresário é que disse, não
foi o Marco Bernardes. O Marco Bernardes disse que não pegou nada dele. Então,
vamos esclarecer.
É
lamentável, Verª Sofia Cavedon, até porque existe o famoso diz que diz.
Disseram-me também, Verª Sofia Cavedon, que o Ver. Todeschini era o campeão em
fazer obras fora do OP. Disseram até que, se pudesse, nem água sairia mais das
torneiras, sairia asfalto. Disseram! Mas como tu vais provar isso? Como tu vais
provar? Um líder comunitário me disse, depois da eleição, da outra eleição -
quando o seu Governo perdeu, Verª Sofia Cavedon, Ver. Todeschini; e não sei onde
ele está, eu gostaria de falar com ele presente, ele deveria estar aqui -, que
recebeu uma remessa, Ver. Haroldo de Souza, de canos do Ver. Todeschini. Ele me
disse! Mas como eu vou acreditar num homem desses se ele não tem provas? Eu não
posso, sem provas, acreditar num homem desses, eu prefiro não acreditar. E ele
estava indignado, Ver. Brasinha, porque o Ver. Todeschini prometeu levar a
segunda remessa de canos depois da eleição, mas não levou. Como vou acreditar
num cidadão desses se ele não tem provas, se ele não filmou isso, se ele não
gravou isso, Ver. Dr. Thiago? É lamentável! Onde estão as provas?
Na
época da eleição, eu cheguei nesta tribuna e denunciei, eu disse que a Diretora
do Colégio Alberto Torres, lá da Vila Nova, me ligou e disse que o Ver.
Comassetto estava em cima de um caminhão falando mal dos Vereadores da região,
falando mal do Ver. Ervino, mal de mim também. Eu ainda disse que queria saber
se o Ver. Comassetto - aquele dia era dia de Sessão Plenária -, que estava em
cima de um caminhão fazendo campanha, iria devolver o dinheiro que estava
recebendo pelo dia. Eu queria saber também! Mas que droga é essa de CPI? Porque
são muitas coisas, Verª Sofia Cavedon... Temos que trabalhar com provas. Eu
tenho provas de que o Ver. Comassetto estava lá. Tenho testemunhas; há o
Boletim de Ocorrência - isso é prova consistente. Isso, sim! Boletim de
Ocorrência, porque chamaram a Brigada, tiveram que tirar o homem, que estava
incomodando na frente da Escola. Há provas! Provas! Então, senhoras e senhores,
hoje, quem colocar o seu nome, sua assinatura nesse pedido de CPI, por favor,
ponha a mão na consciência, porque isso é uma vergonha! Estão trabalhando em
cima de fatos do tipo: “Ah, porque disseram que deu para não sei quem...” Onde
estão as provas? Está muito frágil tudo isso.
Como
eu tenho mais um minuto, quero dizer também aos senhores que a Verª Sofia
Cavedon hoje deu uma demonstração do que estamos tratando. Ela veio aqui, ficou
sem saber por onde começar, ficou sem saber por onde terminar, exatamente
porque não há nada, absolutamente nada contra o Sr. Secretário Eliseu Santos,
nada contra nenhum Secretário nosso, nada contra o nosso Presidente, nada
contra o nosso Partido, e a nossa resposta é a sua resposta, Secretário Eliseu
Santos: exonerou quem era suspeito. É como diz o Presidente Lula: “Assinar um
pedido de CPI é coisa de gente que não tem o que fazer.” Obrigado, senhoras e
senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, foram dez manifestações, portanto cumpri rigorosamente o Regimento
da Casa. Temos duas Lideranças solicitadas por enquanto. O comparecimento na
Casa foi uma provocação do Sr. Secretário, que está dizendo que está disposto a
continuar. (Palmas.) Agradeço a Vossa Excelência.
Estão
inscritos em Comunicações - um tempo que pode ser usado - a Verª Juliana
Brizola, o Ver. Luiz Braz, a Verª Maria Celeste, o Ver. Mario Manfro e o Ver.
Mauro Pinheiro. Depois, teremos o Grande Expediente, com o Ver. Carlos
Todeschini e o Ver. DJ Cassiá, mas antes o Ver. Mauro Zacher está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MAURO ZACHER: Quem
sabe um dia, Ver. João Dib, nós possamos vir para a Câmara de bicicleta. Quero
saudar o Presidente Sebastião Melo, saudar o Secretário Municipal da Saúde, Eliseu
Santos, as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores, público que nos
acompanha pelas galerias, os que nos assistem pela TVCâmara e aqueles que nos
ouvem pela Rádio Web. Secretário Eliseu Santos, sem dúvida o que vivemos no
nosso País, com esta imprensa, que pode fazer as denúncias de maneira livre,
com um Parlamento atuante, é fruto de uma vida e de um país democrático. Se
podemos hoje contar com a imprensa para fazer o jornalismo investigatório, isso
é fruto de uma geração que fugiu, que se exilou, que morreu - eu me considero
uma geração herdeira desse processo -, que lutou para que tivéssemos a
democracia no nosso País. E essa herança permite justamente isto, que nós
possamos fazer às claras, que nós possamos saber realmente o nosso papel e o
papel que a imprensa também exerce. Então quero fazer uma saudação especial,
porque nós vivemos no nosso País esta era dos escândalos, das denúncias, mas é
um momento especial porque é fruto da democracia brasileira; que possamos
também saudar isso tudo que a imprensa tem feito.
Sem
dúvida, Secretário, as denúncias são graves. O que mostra o vídeo não é algo
para se deixar ao acaso, tanto as denúncias em relação à cobrança de propina
quanto o relato. Acho que isso tem que ser muito bem investigado. Vossa
Excelência teve uma atitude muito importante e imediata; no momento em que
soube das denúncias, não só exonerou aquele assessor jurídico como também abriu
uma sindicância para que os fatos fossem completamente esclarecidos. Vossa
Excelência veio de maneira espontânea a esta Casa, e quero saudar o Ver.
Sebastião Melo e a Mesa Diretora, que prontamente oportunizaram que o senhor
viesse aqui para esclarecer os fatos. Isso é um fato relevante, pois em outros
momentos esta Casa não permitiu que um Secretário viesse aqui para dar seus
esclarecimentos. Eu também acho, Secretário, que o Ver. Maurício deve vir a
esta Casa. Ele teve as suas contas aprovadas, mas pode fazer como Vossa
Excelência, ou seja, vir aqui prestar esclarecimentos, deixar tudo às claras -
assim como o senhor fez, como Secretário, exonerando e pedindo que fosse aberta
imediatamente uma sindicância -, que é o que nós queremos. Todas as
instituições que já exercem esse papel, seja o Tribunal de Contas, o Ministério
Público, o TRE, que exerçam o seu papel.
Então,
por parte da nossa Bancada, não há motivos para fazermos de imediato uma CPI.
Pelo contrário, o senhor está aqui justamente para que a gente possa fazer um
debate, esclarecer, e as atitudes que tenham que ser tomadas que sejam tomadas.
O que é importante, neste momento, é que a Secretaria, é que o Governo
Fogaça... Este é um Governo do qual se pode dizer claramente que não tem
corrupção, é um Governo que sempre mostrou transparência, que lutou por uma
gestão eficiente. E eu acho que V. Sa. deixa a sua marca, como é da sua
história - Vereador da Cidade, Deputado Estadual, Vice-Prefeito -, qual seja, é
um daqueles homens que sempre honraram a cidade de Porto Alegre. Saúdo a sua
participação. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo;
Ilustríssimo Secretário Municipal da Saúde, Dr. Eliseu Santos; Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras, em primeiro lugar eu diria aquilo que afirmei na
representação que moveu contra mim na semana passada... Cuidado, Ver. Nilo
Santos, porque muitas vezes nós somos constrangidos com peças processuais
absolutamente ineptas por aquilo que dizemos na tribuna. Eu disse na minha
manifestação, Ver. Carlos Todeschini, que a minha humilde vocação na vida
consiste em me calar quando os outros falam. Apenas cinco minutos é o meu
tempo, e eu gostaria de poder, da mesma forma como fiz com relação à Verª Maria
Celeste, gozar do respeitoso silêncio, da mesma forma como eu a respeitei,
quando ela subiu à tribuna.
Eu
quero lembrar, Sr. Presidente, em primeiro lugar, a história do Dr. Eliseu
Santos, que foi Vereador desta Cidade, Deputado Estadual e, antes de tudo isso,
médico. Eu diria que a maior parte do seu tempo ele o dedicou a causas
comunitárias e a causas humanitárias, operando pessoas que não têm acesso a
meios e a recursos, e operando essas pessoas quase sempre de graça. Por esse
seu trabalho e por esse reconhecimento, ele não foi só Vereador, foi Deputado;
não trabalhou só em Porto Alegre, no Hospital Conceição ou no Cristo Redentor,
mas pelo interior do Estado. Por essa razão, no nosso primeiro Governo, foi
Vice-Prefeito da Cidade. Por essa razão e por ele estar junto, o nosso projeto
político, que hoje retorna mais uma vez ao Governo do Estado, sagrou-se
vitorioso, e ele, pela sua fidelidade, pela sua coerência, pela sua história,
continua engrandecendo o Governo com a sua participação, hoje como nosso
Secretário Municipal da Saúde.
Mas
é doloroso, Dr. Eliseu, Secretário, a oposição ver tudo isso; é doloroso ver
que a eleição terminou no ano passado e que nós a vencemos. Na verdade isso
continua sendo um desdobramento ainda do processo eleitoral do ano passado. A psicanálise
já bem ensina o que é o ato falho, e, em relação ao ato falho de vários
Vereadores que aqui estão e dos que subscrevem o Requerimento, é importante que
se diga: são Vereadores de oposição ao Governo! Este é um intento
oposicionista; como bem disse o Ver. Comassetto, não se trata só de apurar o
que está na Secretaria da Saúde, mas o Governo e o Prefeito José Fogaça.
Portanto o intuito é político, e quer-se antecipar uma discussão que não está
nem na pauta! O Prefeito já disse - descansem, não tenham medo - que não será
candidato ao Governo do Estado. Não vamos antecipar a eleição do ano que vem,
querendo criar uma CPI que, absolutamente, não tem razão e não subsiste; senão,
vejamos se trouxe aqui evidências que ensejam uma CPI. São essas as evidências
que foram trazidas à tribuna, Sr. Presidente? Evidências que não ensejaram
sequer que os Vereadores que aqui subiram ocupassem dois minutos para falar das
denúncias e tiveram, perdoem-me a expressão, que “encher linguiça” durante o
restante dos outros três minutos para completar os cinco. Nenhuma das
Vereadoras ou dos Vereadores do PT tinha elementos - daqueles que se ativeram
ao objeto deste comparecimento de hoje - para que se falasse em CPI. Começaram
a falar em consultas, começaram a falar em contas, começaram a falar em filas
nos postos de saúde, falaram sobre tudo, mas não falaram da CPI.
Quero
sugerir um pequeno livro de autoria do nosso Ministro Paulo Brossard de Souza
Pinto, eminente gaúcho, que fala a respeito de CPIs, porque parece-me, Ver. João
Dib, que infelizmente às vezes está nos faltando um pouquinho de leitura.
Porque a CPI precisa ter fato determinado. Não se pode querer abrir uma CPI e
se fazer essa verdadeira avalanche de denúncias que aqui foram trazidas sob
todos os aspectos. Ou nós não temos a COSMAM na nossa Casa? Ou a COSMAM não
existe exatamente para isso? Ou o que será que os Vereadores que estão na
COSMAM estão fazendo? Eu tenho certeza de que, da parte dos Vereadores do
Governo, eles estão lá cumprindo, diligentemente, as suas tarefas. E é lá que
tem que ser feito! Não há objeto determinado. São tão parcas e tão escassas as
alegações que, volto a dizer, os Vereadores ocuparam dois minutos dos cinco e
às vezes foram a seis, que lhes cabia, para falarem a respeito das questões da
CPI.
A
Verª Maria Celeste - e eu disse isto na semana passada, num veículo de
comunicação, e, aproveitando que estão aqui vários jornalistas, eu quero
reiterar - não pode pôr a perder a história digna da sua vida de mulher
pública! Nem nós podemos permitir que isso aconteça! Ela pergunta: “Por que foi
demitido o funcionário?” Mas será que nós faríamos aqui o que foi feito em
Brasília? O Sr. José Dirceu, desde o aparecimento das provas até o momento em
que ficou insustentável a sua permanência, continuou despachando no andar
abaixo do Presidente da República e numa posição absolutamente privilegiada,
tendo condição de destruir todas as provas que podia e todas as evidências que
existiam. Seria essa a nossa atitude ou o nosso comportamento? Claro que não! Imediatamente
nós tínhamos que afastar, como de fato afastamos, para que as provas e as
evidências - uma investigação policial tem que ser feita, Ver. Canal, mas não
por esta Câmara - pudessem...
Aqui
se fizeram comentários sobre os méritos da eleição de um determinado Vereador.
Não somos nós que temos que fazer; são as urnas! O Ver. Todeschini disse que
era um Vereador de poucos méritos, de pouco trabalho, mas, se as urnas
reconheceram o seu trabalho, não me parece que sejamos nós... Isso só para
mostrar que várias questões estão sendo trazidas à baila e que não dizem
respeito ao intento de se fazer uma CPI.
Por
último, Sr. Presidente, eu quero lamentar, retornando ao que disse a respeito
dessa grande mulher, que é brilhante e engrandece a vida pública do Rio Grande
do Sul, que é a Verª Celeste, a sua atitude. Não se coaduna, não combina com a
sua história, Verª Celeste, andar com um requerimento eleitoreiro, politiqueiro
ou o que quer que seja. Por isso eu digo: não se coaduna com a sua história de
vida bater de porta em porta dos Vereadores da situação requerendo que assinem
e barganhando, numa espécie de negociação maldita, o cargo de relator para que
se abra uma CPI! Esta Câmara tem débitos com a Cidade, a começar pelo Plano
Diretor; Projetos que nós temos que tocar para frente. Esses assuntos já estão
sendo investigados, já há uma comissão de sindicância, vamos deixar que isso
siga o seu caminho!
A
pessoa que fez as denúncias tem extensa ficha policial! Pois bem, isso não é
caso de CPI; isso é caso de Polícia. Vamos deixar que a Polícia faça as suas
investigações, e vamos nos ater, nós, Vereadores, ao trabalho legislativo e
fiscalizador, que pode engrandecer a nossa Capital. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, na minha primeira fala
eu procurei me deter, objetivamente, aos fatos, às denúncias veiculadas pela
imprensa - não foi algo produzido por mim, nem por esta Casa - ao longo da
semana passada aqui na cidade de Porto Alegre. Somente aos fatos me detive, não
fiz argumentação política, mas poderia ter feito, Ver. Valter Nagelstein, assim
como V. Exª fez agora nesta tribuna. Acredito que uma CPI é um instrumento
extremamente importante e juridicamente constituído para que, de fato, possamos
fazer as investigações necessárias, e é dessa forma que eu me conduzi.
Agora,
neste momento, eu faço uma fala, sim, política, representando o Partido dos
Trabalhadores e representando a minha dignidade, a minha vida pública, Ver.
Valter Nagelstein. Vossa Excelência veiculou pela imprensa que eu havia
oferecido relatoria nesta Casa. Eu o desculpo, Ver. Valter Nagelstein, porque
V. Exª ainda não sabe que, regimentalmente, o primeiro signatário de um
requerimento é o Presidente da Comissão, e a relatoria, normalmente, se dá na
constituição da força dos doze elementos da Comissão, portanto se dá também na
configuração da proporcionalidade com o outro bloco. Não há necessidade nenhuma
de que eu vá correr oferecendo relatoria, porque a história desta Casa, que V.
Exª não conhece, é, sim, dessa forma constituída. Não há necessidade de
oferecer relatoria nessa questão da CPI, porque a relatoria será, sim, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores - e lamento que o Líder do Governo não conheça o
Regimento da Casa -, do Governo, se assim for constituída.
Então, senhoras e senhores, eu espero que o Líder do Governo tenha mais cuidado nas suas falas, não venha aqui cobrar posições especialmente da oposição, que tem responsabilidade com a Cidade. O Governo que V. Exª representa está compactuado, sim! E o Governo teve interesse nisso. Agora, eu lamento a postura do Prefeito Fogaça! Ele deveria ser o primeiro a incentivá-los a assinar o Requerimento. O primeiro! Porque, se ele tem interesse nessa investigação, se ele tem interesse, de fato, de que os fatos sejam esclarecidos, deveria estimular a sua base do Governo aqui dentro a assinar esse Requerimento de CPI.
Do
que o Prefeito tem medo? Por que o Prefeito ainda não se manifestou? Por que
ele se calou nos últimos dias, quando viu o envolvimento de dois Secretários?
Não é apenas o Secretário da Saúde que está sendo denunciado; também o
Secretário da SMOV vê seu nome colocado pela imprensa. Dois Secretários do
Governo Fogaça, e o Prefeito até agora não se manifestou. Por que o Prefeito se
cala? Por quê? É a voz do Líder do Governo que está agindo?
E
quero aqui colocar claramente: esta Casa tem responsabilidade com a Cidade. Os
Vereadores e Vereadoras desta Casa que têm na sua vida pública digna mostrado,
ao longo da história, responsabilidade com a Cidade não podem se omitir neste
momento. Não podem se omitir! Portanto, Ver. Valter Nagelstein, que não conhece
a minha história, que não sabe que sou uma pessoa de muito diálogo: eu
conversei, sim, com todas as Bancadas! Inclusive com a Bancada no PTB neste
plenário, eu coloquei a importância de estarmos constituindo essa Comissão
Parlamentar de Inquérito. Porque eu sou uma pessoa de muito diálogo, de muita
responsabilidade! Essa é a minha história nesta Casa, essa é a minha história
na cidade de Porto Alegre.
Portanto,
nós, Vereadores e Vereadoras, não podemos nos omitir diante de uma situação tão
grave e tão séria. Não queremos que a cidade de Porto Alegre viva sob
suspeição, como está acontecendo com o Governo do Estado. Não podemos deixar
que suspeitas caiam sobre a cidade de Porto Alegre, sobre a Administração
Pública da nossa Cidade. Nós temos responsabilidade! Nós não podemos nos
omitir, portanto não deixarei de dialogar, de cumprir com a minha
responsabilidade de falar com cada Vereador e com cada Vereadora desta Casa. E
não preciso ofertar nada, Ver. Valter Nagelstein. Nada! Vossa Excelência
deveria ler mais o Regimento e entender um pouco mais da história desta Casa.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
(Foi
feita a retirada de expressão, conforme Requerimento do Ver. Dr. Thiago Duarte
e com a concordância da Verª Maria Celeste.)
O
DR. THIAGO DUARTE (Requerimento): Solicito,
em nome da história da Verª Maria Celeste, que ela retire a expressão referente
aos Vereadores de primeiro mandato. Nós, Vereadores de primeiro mandato, temos
conhecimento, sim, do Regimento Interno da Casa e temos inclusive formação para
isso.
A
SRA. MARIA CELESTE: Não
quis, em nenhum momento, desvalorizar os Vereadores de primeiro mandato, Ver.
Sebastião Melo, e retiro, com certeza, a expressão, se isso incomoda os demais
Vereadores novos.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Sebastião Melo, Presidente desta Casa; ex-Vereador, ex-Deputado e atual
Secretário da Saúde, Sr. Eliseu Santos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, um Vereador que passou por esta tribuna
afirmou que um dos nossos orgulhos é termos lutado e conquistado a democracia.
Eu estava escutando essas palavras e posso dizer aos senhores que, lendo hoje
os jornais, eu começo a duvidar de que realmente tenhamos conquistado a
democracia, porque essa se faz por intermédio de regras. E, quando um grupo
majoritário consegue alterar essas regras, fazendo com que aquilo que a gente
pensa que é democracia apenas esconda uma ditadura disfarçada, eu começo a
ficar temeroso. Hoje basta ler os jornais para ver que já estão preparando o
terceiro mandato do Lula, assim como Chávez consegue se tornar perene na
Venezuela, assim como outros ditadores aqui na nossa América do Sul conseguem
se manter em seus cargos. Também aqui no Brasil temos a insatisfação de ver que
alguém acha que só ele é que pode estar à frente da nossa Nação.
Mas
eu queria traçar aqui, Ver. Valter Nagelstein, a verdadeira diferença que
existe entre o PT e os seus apaniguados, os seus seguidores, e os outros
Partidos. É muito fácil nós estabelecermos essa diferença: sempre que alguém é
descoberto se corrompendo e se pertence ao grupo que não é do PT, esse alguém é
imediatamente tirado fora, imediatamente execrado. Quando esse alguém pertence
ao grupo do PT ou é um dos seus apaniguados, o que acontece, Ver. João Dib? Ele
é imediatamente defendido, ele é imediatamente encoberto; ele é, na verdade,
imediatamente defendido por todo o grupo do PT. Isso tem acontecido sempre,
essa blindagem - e aqui nós temos muitos e muitos exemplos...
(Aparte
antirregimental da Verª Sofia Cavedon.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Mas são
muitos exemplos, Verª Sofia Cavedon! Eu posso citar exemplos do Partido de V.
Exª, porque são dezenas. Eu vou ficar aqui talvez toda a minha fala citando
nomes que foram defendidos pelo Governo de Vossa Excelência. Um deles, por
exemplo, é o Diógenes, que V. Exª tanto defendeu aqui nesta tribuna, Verª Sofia
Cavedon - é um dos nomes defendidos. E V. Exª pode se lembrar do Clube da
Cidadania. Ou, na Legislatura anterior à vinda do Fogaça, quem não lembra que
nós queríamos uma CPI com relação à Saúde? E não conseguimos por falta de votos
da Bancada do PT, porque o PT jamais quer, na verdade, investigar a sua
corrupção, tanto é que, se aconteceu aquele problema do “mensalão” e os outros
problemas que vieram a causar aquela derrocada total dentro do Partido dos
Trabalhadores e seus apaniguados, se aconteceu isso, é porque houve realmente
uma falha lamentável da defesa do Partido, eles não conseguiram deter aquela
avalanche toda. Mas todos eles estão aí de volta: o Palocci está de volta; o
Delúbio está de volta; todos eles estão de volta; o Zé Dirceu está de volta - é
o homem que mais manda dentro do PT, não é? Então, todos eles estão de volta.
E
aí eles vêm aqui para esta tribuna querer CPI apenas para os Governos
contrários, apenas para os outros. Ora, pelo amor de Deus, se nós vamos
realmente defender - e eu quero que nós defendamos - a República, a democracia,
o que é honesto, o que é decente, vamos também ter força para poder averiguar
aquilo que acontece dentro do nosso próprio Partido. Eu, por exemplo, sempre
quis que aquilo que estava errado dentro do meu Partido pudesse ser punido e
com muita severidade. Tanto é que ninguém me viu aqui tentando esconder nada que
se pareça com alguma falcatrua. Nunca vim aqui para defender isso. Mas eu vou,
na verdade, também, sempre execrar a atitude do PT e dos seus apaniguados de
querer apenas verificar o que está errado nos outros, mas, quando há alguma
coisa errada dentro das suas próprias hostes, procuram se esconder e se
defender. Isso é contrário à ideia de nós, realmente, chegarmos a uma perfeita
democracia, democracia da qual a gente vai cada vez mais se afastando, porque o
rei Lula parece que, mais uma vez, está aí colocando as suas cartas e querendo
que esta República continue sendo uma República de ditadores. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Sr. Secretário da
Saúde, público do Canal 16 e público aqui presente, este Vereador vem à tribuna
dizer que na quinta-feira a nossa Bancada se reuniu - o Ver. Toni, o Ver.
Paulinho e este Vereador -, pois fomos consultados sobre a possibilidade de
participarmos da listagem daqueles que entendem que a CPI seria algo importante
para verificar alguma possível irregularidade. E a nossa Bancada conversou
muito, trocamos ideias sobre algumas dúvidas com as Lideranças do nosso
Partido, o PPS - o Deputado Paulo Odone, ex-Vereador desta Casa, Presidente do
nosso Partido, e a Márcia de La Torre -, porque CPI é uma coisa muito séria, a
gente precisa pisar firme; você pode cometer injustiças, você pode destruir a
vida de uma pessoa, de um Governo, de um trabalho.
Eu
não estou dizendo que o PPS jamais assinaria uma CPI, poderá até vir a assinar,
fazer parte; sabemos que já há um número bastante expressivo de assinaturas. A
nossa Bancada é mais do que suficiente para definir se instala ou não uma CPI.
Temos votos suficientes dentro da nossa Bancada. Mas não queremos agir de uma
forma irresponsável, porque hoje mesmo está nos jornais o próprio Presidente da
República dizendo: “CPI é coisa para quem não tem o que fazer”, são palavras do
Presidente Lula. Está nos jornais de hoje, se não me falha a memória, no jornal
Zero Hora. Eu não concordo exatamente com o que disse o Presidente, acho que
CPI é uma coisa séria. Não é só para quem não tem o que fazer. No meio sempre
há aqueles que não têm o que fazer, mas não concordo com ele. Acho que CPI é
também, sim, e deve ser, em primeiro lugar, para quem tem o que fazer. Então,
pelo fato de a nossa Bancada entender que é algo extremamente sério e
importante e que isso pode manchar a vida de uma pessoa, de um trabalho, de um
Governo, nós nos reunimos, mais de uma vez, e conversamos com as Lideranças
sobre que postura adotar.
A
Zero Hora ligou hoje - acho que ligou para os senhores, ligou para nós também,
para este Líder de Bancada -, perguntando qual a posição da nossa Bancada. E eu
disse: “Olha, nós vamos ouvir o Dr. Eliseu Santos, porque falar é fácil, provar
é outra situação”. Dr. Eliseu Santos, neste primeiro momento, a nossa Bancada
acredita que o senhor correspondeu às expectativas, porque entendemos que V.
Sa. sempre foi uma pessoa séria, acreditamos que tomou as atitudes devidas, o
que deveria ser a atitude de uma pessoa como o senhor. Então, neste primeiro
momento, a nossa Bancada se dá por satisfeita. Agora, se houver mais fatos,
poderemos até mudar de atitude, como qualquer um dos senhores - que são homens
de bem e que mudariam a sua posição, que hoje é de um jeito e amanhã pode ser
de outro -, a Bancada do PPS não é diferente. Mas, neste primeiro momento, a
nossa Bancada se dá por satisfeita.
Com
isso não estamos dizendo que não estamos abertos para entender e que estamos de
olhos fechados, cegos e surdos para ver e entender se devemos ou não mudar essa
atitude. Neste primeiro momento, estamos satisfeitos, mas vamos acompanhar passo
a passo todos os desdobramentos, até de situações de pessoas que foram
mencionadas nesta tribuna, mas acreditamos que existem órgãos também
competentes, como o Ministério Público, a própria Polícia Federal, outras
instâncias para apurar os fatos, não é necessariamente só através da CPI. Neste
primeiro momento, a nossa Bancada se dá por satisfeita, esperamos que isso não
venha atrapalhar o progresso, o crescimento do trabalho, o que a gente vê
acontecendo em outros lugares, como no próprio Estado, em que se fala tanto em
CPI e em impeachement, mas, num primeiro momento, as provas não estão
aparecendo. Então, a nossa Bancada não quer trabalhar em cima de e-mail,
como é o caso do Estado, porque e-mail não é um documento sério; e
dinheiro, como apareceu no final de semana nas notícias, dinheiro também não é
documento; documento é cheque, documento é diferente. Falar é muito fácil,
provar e com uma prova séria é outro assunto. Então, a nossa Bancada - para
concluir, Sr. Presidente - está olhando com muita seriedade e se dá neste
primeiro momento por satisfeita. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu não sei por que, em
vários momentos, o Líder do Governo, quando vai fazer referência a alguns Partidos,
acaba incluindo o PSOL. E aí, sistematicamente, tenho que vir a esta tribuna
esclarecer Sua Excelência. O que foi colocado aqui é um discurso comum do
Executivo. O Governo Lula não quer CPI; o Governo Yeda não quer CPI; o Governo
Fogaça não quer CPI; os Governos, os Executivos não querem CPI!
Ilustre
Ver. Elias Vidal, eu respeito esse argumento de que precisamos ver as provas,
mas para outras situações, não para essa. Quando há prova, não se precisa de
CPI. CPI é inquérito! CPI é para buscar provas! É para isso a CPI. A CPI não é
uma condenação! O que nós não vamos admitir no PSOL é que venha aqui o Líder do
Governo fazer referências ao nosso trabalho, não vamos admitir que nos julgue
em função da sua oposição à CPI. Se não quer CPI, que justifique do seu modo,
mas não venha analisar aqui o PSOL, porque, se vem analisar o PSOL, nós vamos
analisar o seu Partido e vamos analisar com base em declarações de integrantes
do seu Partido. Eu não acho, como o Senador Jarbas Vasconcelos, que o PMDB é o
Partido mais corrupto do Brasil. Eu não tenho essa opinião. Não misturo todos
no mesmo saco. Mas não venham julgar o PSOL, porque aí nós vamos dizer
exatamente o que está acontecendo. Se nós assinamos um Requerimento de CPI, não
estamos condenando previamente o Governo.
E
digo mais, Sr. Presidente Sebastião Melo: em relação ao Governo Yeda Crusius,
nós antecipamos a nossa posição sobre o que já sabíamos. Estamos aqui assinando
um Requerimento de CPI, que é um dos instrumentos que compõem o conjunto de
obrigações de qualquer Legislativo, que é a fiscalização do Executivo, e o
legislador que abrir mão da fiscalização do Executivo é um legislador que não
merece estar na Casa, não merece ser eleito, não merece sequer o nome de
oposição. E nós somos oposição, o PSOL é oposição, é uma oposição responsável,
uma oposição que muitas vezes incentivou e elogiou ações de Governo. Então,
cuidado com essas afirmações em relação ao PSOL, nós não vamos admiti-las, elas
não são justas, não são aceitáveis! De nossa parte sempre poderá haver o
diálogo, mas de nossa parte jamais haverá qualquer transigência com aquilo que
está errado, com aquilo que é malfeito, com aquilo que é ilícito. Repito: os
Executivos - o Governo Federal, com o Presidente Lula; o Governo Estadual, com
a Governadora Yeda; e o Governo Municipal, com o Prefeito Fogaça - não gostam
de CPI, não querem a fiscalização! Nós queremos exercê-la em todos os planos.
As fiscalizações integrais fazem parte das nossas obrigações. A CPI é um
instrumento tradicional das minorias em qualquer Parlamento.
Concluo, Sr. Presidente: é natural e normal que
seja assim! O caminho dos Executivos, dos Governos é outro. Também parafraseio
Thiago de Mello, Ver. Valter: “Não sei por onde vou, mas sei que não vou por
aí.” O caminho dos Governos de evitar a qualquer custo as fiscalizações jamais,
em momento algum, terá o nosso apoio. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registramos a
presença do Ver. Paulo Marques no plenário da Câmara.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, resisti o tempo todo, Sr. Presidente, à ideia de ocupar a
tribuna nesta tarde. Entendia e entendo que a disposição do Secretário Municipal de Saúde de vir aqui prestar
esclarecimentos, num gesto que eu aplaudo, impunha-nos, no dia de hoje, a
condição de ouvirmos mais do que falarmos, mas não foi o que se viu. Nós
ouvimos aqui vários discursos com estabelecimento de posições, que me fazem
até, Ver. Pedro Ruas, seguindo a citação poética, lembrar de José Ingenieros,
que dizia que tudo é verdade, tudo é mentira, dependendo da forma como se olha.
Está
muito claro que estamos aqui num jogo político, e nesse jogo político tenho
dificuldade de integrar-me, até porque, com relação a V. Sa., Dr. Eliseu
Santos, tenho laços muito fortes, de coração, laços que vêm dos nossos tempos
de adolescência, do nosso querido Colégio Dom João Becker; conheço-o de longa
data, conheço sua família. E fico muito feliz porque, neste episódio todo,
quando alguém fez alguma referência, não o fez a V. Sa., mas a outra pessoa,
que julgo também injustiçada, mas exime Vossa Senhoria. Porto Alegre o conhece
muito bem, sabe que V. Sa. pode ter alguns defeitos - eu tenho dificuldade em
encontrá-los, alguns encontram -, e a sua postura sempre sincera dizem que é
radicalidade, eu acho que é coerência. Mas ninguém vai encontrar no seu passado
qualquer resquício que possa desautorizar uma suspeita antecipada a Vossa
Senhoria.
E
o grave, Ver. Pedro Ruas, V. Exª sabe que lhe tenho um carinho muito grande, é
que a realidade de hoje - a banalização das Comissões Parlamentares de
Inquérito - faz com que a simples convocação de uma CPI apareça, perante a
opinião pública ou a opinião publicada, como um julgamento antecipado de
determinada pessoa. Temos que raciocinar dentro das circunstâncias. Hoje se
fala em CPI desde Brasília até o mais pequeno Município deste País, é moda se
falar em CPI, só muda de tamanho. Vejamos a preocupação com esse arranjo
especial da Petrobrás, a respeito da sonegação de quatro bilhões de dólares de
impostos devidos à Nação; os problemas com a Governadora Yeda Crusius, a quem
ajudei a eleger, fui um dos seus primeiros apoiadores, eu e o meu Partido, e
hoje a vejo envolvida em todo esse processo; e CPI surge aqui também, sobre
aquilo que nós temos que decidir. Eu não posso decidir sobre a CPI da
Petrobrás, nem tampouco sobre a CPI do Estado, mas posso decidir da
conveniência ou inconveniência de uma CPI em Porto Alegre.
E quero, lisamente, Verª Maria Celeste, mais do que
com o respeito que lhe devo, com o carinho que lhe devo, dizer que não vejo,
nas circunstâncias atuais, razão para comprometer a minha assinatura na
abertura de uma CPI; eu não vejo. Aguardei, tranquilamente, que as coisas se
apresentassem para fixar a minha posição. Acho que corremos um risco muito
presente ao convocarmos uma CPI, que no momento atual é prejulgamento, Ver.
Tessaro, é antecipação de julgamento, porque não houve, da estatura de
Eliseu Santos, indícios, o que já é um desqualificador, e eu não quero
introduzir isso na sua biografia. Digo isso com toda a lisura, com todo o
respeito. Acho que ninguém é demônimo sozinho. Não estão errados aqueles que
querem fazer uma CPI, também não deve ser criticada essa maioria que não quer
CPI. A verdade é a seguinte: é um jogo político, ninguém é criminoso por jogar
politicamente, mas também ninguém pode ser ingênuo e deixar de reconhecer que,
nesta hora e neste momento, erguer uma CPI em Porto Alegre é montar um palanque
eleitoral, do qual eu jamais participaria. Se depender de mim e do Democratas,
estamos já satisfeitos com o seu esclarecimento, Secretário, e louvamos o seu
destemor, a sua coragem, a sua dignidade de antecipadamente comparecer a esta Câmara
de Vereadores e oferecer as mais adequadas explicações para a situação. Receba
o meu abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, não poderia deixar de retornar a esta tribuna depois de ouvir
nesta Casa a fala do Líder do Governo, que, a meu juízo, parece expressar uma
posição também do Prefeito, o que muito me preocupa. O que nós temos visto, no
decorrer deste semestre, é um interesse muito grande do Líder de inviabilizar
diálogos entre as Bancadas. Eu já ia fazer esta manifestação na minha primeira
fala, acabei não fazendo, mas a faço neste momento em decorrência da crítica
que recebi de dialogar com todas as Bancadas. Parece-me que o Vereador tem a
vontade, reiteradamente, de inviabilizar um diálogo franco, aberto, entre todas
as Bancadas desta Casa. Aliás, já houve atritos do Líder do Governo com várias
Bancadas desta Casa, inclusive com a Bancada do PTB, pela falta de habilidade e
de diálogo instituída neste Plenário. E com isso nós não concordamos. Somos
responsáveis, somos oposição e temos orgulho de fazê-la neste momento, nós e o
PSOL.
Nós não nos furtamos, também, das nossas
responsabilidades com a Cidade. E fizemos isso quando, por várias vezes,
ajudamos o Executivo agilizando os processos nesta Casa, na maioria das
votações desta Casa, inclusive dando quórum para iniciar as votações na Casa! A
oposição, que é a minoria, por vezes está aqui para dar quórum para iniciar as
votações mais importantes da Casa. Poderíamos usar de manobras baixas como a
de, simplesmente, nos ausentarmos em momentos cruciais de Projetos que têm
limite de data para ser encaminhados, muitas vezes, para o Governo Federal;
iniciativas de projetos importantes na Habitação, no saneamento básico, mas não
o fazemos, estamos aqui. Outras vezes estudamos tecnicamente os
Projetos, Ver. João Antonio Dib, e contribuímos com a proposta de Emendas. É
assim e tem sido assim, inclusive no Plano Diretor da Cidade.
Agora, temos posição em relação a vários temas. E
por ter posição - posição partidária -, Ver. Reginaldo Pujol, nós nos
manifestamos. E, quando eu disse que a minha primeira fala era uma fala técnica, eu fui criticada por isso, porque na
segunda fiz uma fala política. Quem iniciou o debate político neste plenário,
neste momento, com a presença do Secretário, não foi esta Vereadora. Agora, não
me furto também de fazer o debate político, jamais me furtarei de fazer o
debate político necessário. Não tenho marcado a minha vida pública por me
esconder ou por ser omissa e não levarei a pecha de omissão sobre a principal
atribuição desta Casa, que é a fiscalização sobre o Executivo local. Se existem
interesses do Governo em abafar essa CPI, é porque há indícios, é porque os
fatos colocados são graves, gravíssimos! Eu não concordo que aqueles que são
condenados ou que precisam ser investigados - seja lá no Governo Federal, seja
aqui no Governo da Yeda - não sejam responsabilizados! Nós não fugimos da nossa
responsabilidade; o Partido dos Trabalhadores tem história, e a sua história
faz com que nós estejamos, neste momento, solicitando essa CPI.
Agora,
vir aqui e querer intimidar, querer banalizar uma peça jurídica construída pelo
PT e pelo PSOL neste momento, em que os fatos narrados... E faço questão de ler
(Lê.): “Os fatos narrados com precisão na denúncia em questão apontam, no
mínimo, para a possível prática, pelo ex-servidor Marco Antonio Bernardes, dos
seguintes delitos: a) crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do
Código Penal; b) prática de ato de improbidade administrativa que importa em
enriquecimento ilícito, previsto no art. 9º, inc. I da Lei nº 8.429, de
02-06-92, Lei de Improbidade Administrativa”.
Qual
é a posição do Prefeito sobre essa situação? Nós não vamos nos calar, vamos
continuar buscando, sim, a construção e a possibilidade dessa CPI, porque só
com esse instrumento os fatos serão verdadeiramente esclarecidos. Muito
obrigada, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
ilustre Secretário da Saúde e ex-Vereador desta Casa, os Vereadores desfilaram
hoje trazendo “O Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde; o nosso Pedro Ruas
trouxe Thiago de Mello, e eu também vou fazer como o Pedro Ruas: “Não sei por
onde vou, mas sei que não vou por aí”. Lembro Martín Fierro, que diz: “El diablo sabe
por diablo, pero más sabe por viejo”. Eu estou no décimo mandato nesta Casa e
sempre achei que CPI não leva a nada; não é Comissão Parlamentar de Inquérito,
é comissão “para lamentar” de inquérito - quase sempre. Em todo o tempo que
estou nesta Casa, eu não pude ter a satisfação de assistir à CPI produzir os
resultados desejados, até mesmo quando eu pedi uma CPI sobre a Fundatec. Os
contratos da Prefeitura, conforme preceitua a Lei Orgânica, devem ser assinados
pelo Prefeito ou pelo Procurador-Geral, e aquele contrato da Fundatec havia
sido assinado por alguém do terceiro escalão. Bom, consegui ir ao Ministério
Público, já foi alguma coisa. Mas, no mais, eu não consegui ver coisa nenhuma.
E
hoje nós tivemos um fato inédito: uma denúncia na quinta-feira, e, no primeiro
dia de trabalho da Câmara no plenário, o Secretário da Saúde veio prestar
esclarecimentos. E o que nós vimos? Que desfile magnífico! Há mais de duas
horas o Secretário está sentado ali, pacientemente, e não se falou naquilo que
ele trouxe documentado: imediata exoneração - ele exonerou imediatamente o
servidor -, sindicância aberta imediatamente, encaminhamento à Polícia Federal,
ao Ministério Público. Mas o que é isso? Acho que nós devíamos dizer ao
Secretário: “Obrigado”. Não mais do que isso, porque não há mais o que fazer,
mas ficou demonstrado - e aí vem meu tempo de Vereança - que, se nós fizéssemos
uma CPI, teríamos esse espetáculo de agressão para lá e para cá, para lá e para
cá, e tentaríamos atingir a figura do Prefeito, que não tem condições de cuidar
de todos os servidores da Prefeitura de uma vez só. Portanto, se para outra
coisa não serviu, esta tarde me serviu para a convicção de que não tem por que
ter CPI, até porque não há as condições necessárias para que ela se instale.
Respeito
a Verª Maria Celeste, ela procurou as Lideranças, procurou defender o seu ponto
de vista. Talvez, se não tivesse comparecido aqui o Secretário,
espontaneamente... Ninguém convocou o Secretário, ele veio dizer o que sabia, o
que aconteceu, o que está sendo feito. E a sindicância vai chegar a conclusões
muito mais facilmente do que nós chegaríamos aqui numa Comissão Parlamentar de
Inquérito. É o que aconteceu na Assembleia Legislativa com essa última CPI da
Operação Rodin. Tudo o que eles disseram, tudo o que eu ouvi era o que a
Polícia Federal sabia, não esclareceram nada. Nós não temos condições de
investigação, não temos condições de questionar as pessoas, nós temos que
entender isto: temos limitações.
Por
isso, Secretário, eu quero o cumprimentar outra vez. É a primeira vez que eu
vejo um Secretário comparecer espontaneamente à Câmara para dar explicações. Eu
compareci pela primeira vez na Câmara quando eu era Secretário também, porque
fui convocado. Foi em 1963, a única vez. Em todos os lugares por que passei não
precisei dar explicações, mas em 1963 fui convocado. Quinze minutos depois de
eu ter falado, a pessoa que me convocou disse que, depois do que eu tinha dito,
não tinha nada para perguntar. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Concedo
a palavra, neste momento, ao Sr. Secretário, para responder aos inúmeros
questionamentos feitos da tribuna por vários Vereadores.
O
SR. ELISEU SANTOS: Sr.
Presidente, Vereadoras, Vereadores, senhoras e senhores, nós, que militamos na
política - uns há pouco tempo, outros há muito tempo -, temos momentos de
alegria, temos momentos de dissabor. Quando eu recebi, na sexta-feira, o
primeiro assunto relacionado a esse caso, fiquei muito irritado e entristecido
pela quebra de confiança. Mas aqui, ouvindo os senhores, pessoas dignas,
pessoas com caráter... Um médico como eu, que passou a vida inteira estudando o
ser humano - eu estudo até a sua face, como é que o seu músculo se contrai,
como o seu olhar é fixado - só pode agradecer aos senhores dignos, às pessoas
corajosas, sinceras, que hoje falaram aqui, porque saio daqui encorajado! Saio
daqui falando com a minha consciência e dizendo: “É isso mesmo, Eliseu, tu
estás no caminho certo”. Eu não vou copiar o poeta Thiago de Mello, mas vou
pegar uma carona e dizer: eu sei por onde eu vou! Eu vou pela minha
consciência, que é honesta e justa como muitos dos senhores que estão aqui
neste momento.
Quero
responder a todos os questionamentos. Se eu me esquecer de alguma coisa - eu
tenho aqui já quatro folhas -, podem me perguntar. Respondo à Verª Maria
Celeste: esse cidadão foi indicado para a Secretaria da Saúde há um ano,
trabalhou na Secretaria da Saúde. E jamais... Eu até não ouvi dele uma
confirmação, porque o que está na imprensa e na denúncia é uma fita muda, é só
uma imagem; qualquer pessoa um pouquinho inteligente que quer armar alguma
coisa para outra, como eu já disse aqui, põe o microfone e faz o crime
perfeito. Mas não! Parece que aquilo ali era para encobrir alguma coisa, mas eu
também não sou o julgador desse gesto. Eu quero dizer, com toda a sinceridade,
que tudo o que envolve o meu nome nesse episódio é repugnante e mentiroso, seja
por qualquer pessoa.
Foi
perguntado aqui também: “Por que essa fita policial apareceu?” Essa fita
policial foi entregue hoje no gabinete, porque, sábado e domingo, ninguém
esteve lá me levando essa fita; chegou hoje, como eu soube que chegou aqui.
Sobre essa fita, nós não sabíamos, porque esse cidadão não é sócio no contrato
da empresa, e nós fomos buscar as informações: são duas senhoras, e ele tem uma
procuração de uma senhora. E essa ficha criminal chegou, foi colocada aqui como
foi colocada para mim, e acho que ela está à disposição de todos lá na Polícia.
Então, eu estou muito tanquilo.
E
essa sindicância é para quê? Essa sindicância é para estudar e acompanhar todo
esse ritual dos contratos, se houve irregularidades. Foi feita uma pergunta
aqui: “Como é que esse contrato durou tanto tempo?” De 2000 até 2005, eu não
posso responder. O primeiro contrato, o de número nº 16.664, teve um
impedimento através de uma liminar. Está aqui. É um processo administrativo.
Após, houve um contrato emergencial; depois, ainda voltou: “Retorno por força
de liminar ao contrato nº 16.664”. Até 2005, eu não tenho que responder sobre
isso; o Governo passado é que tem que responder que guerra de liminar foi essa.
Em 2005, quando nós assumimos, esse contrato passou num pregão eletrônico, que
não é feito na Secretaria da Saúde. Pelo que eu sei, pregão eletrônico é
aberto, digno e limpo. Foi feito na Secretaria da Fazenda, é só procurar.
Pregão eletrônico no mês de maio de 2005 (Lê.): “Contrato do Processo
Administrativo nº 001001076870502”. Isso está à disposição de todos na
Secretaria da Fazenda. Houve outro pregão eletrônico: “Pregão Eletrônico nº
68/2007, Contrato 37.782, Processo Administrativo [...]” Está lá à disposição
na Secretaria da Fazenda. Pelo que sei, pregão eletrônico é o que tem de mais
moderno, transparente e sério.
Nós
recebemos a empresa como recebemos uma outra agora. Chegou o pacote certo,
pronto, e essa empresa que ganhou a licitação vai trabalhar. E essa empresa que
vai trabalhar chegou lá com colete, armada, porque se fala muito em falta de
segurança nos postos. Nós tivemos postos, no bairro São Borja, que foram
invadidos; isto saiu na imprensa: o procurado pela Justiça se escondeu no
forro, o forro caiu; outros postos são assaltados. Então, fala-se muito que se
quer segurança. Quando se apresenta uma empresa preparada para enfrentar a
insegurança, reclama-se. Não se sabe quem nós vamos atender, mas eu sei, vou
pela minha consciência. E essa empresa que chegou lá, que foi escolhida pela
Secretaria da Fazenda, chegou muito bem preparada, armada, com colete, em
condições, porque todo o mundo fala - está nos jornais, todo o mundo sabe - do
alto índice de insegurança, de marginalidade que existe. Então, quanto mais
segurança houver, melhor. Só não gosta de segurança e de arma quem tem algum problema
na sua vida ou tem medo de alguma coisa. Quem tem o seu psiquismo adequado não
pode ter medo de Polícia, não pode ter medo de Justiça; agora, quem tem medo de
arma, quem tem medo de Polícia, alguma coisa tem no seu psiquismo. Então, essa
empresa nova que chegou lá está trabalhando muito bem.
Respondo
à pergunta “Como é que vão pagar essa empresa?” Isso não compete ao Secretário
Eliseu. Foi encaminhado para a Procuradoria-Geral do Município, que vai
analisar se essa empresa se enquadra no que a Constituição, no seu art. 195,
exige, qual seja, que ela tem que ter todas as negativas. Se a
Procuradoria-Geral do Município e assessoria jurídica acharem uma maneira de
pagar, isso não é comigo. Agora, quando vem um parecer que diz que não se pode
pagar, nós não pagamos. Neste País, um dos grandes escândalos foi tirar
dinheiro do Governo e botar para fora, com vários nomes: “mensalão”, corrupção
disso, corrupção daquilo. Aqui aconteceu o contrário; a briga foi furiosa
porque queriam receber sem as condições legais. A briga foi furiosa porque não
queriam ser multados, mas foram multados com advertência e multa ao dobro. Ah,
não queriam que o contrato fosse rescindido? O contrato foi rescindido, entrou
uma outra empresa, e não adianta fazer pressão. Isso, na minha visão, é um
desespero, é uma chantagem, mas, como eu disse, eu vou pela minha consciência.
Eu
ouvi citações de alguns Vereadores. Meu querido Pujol, nós nos conhecemos
meninos, jovens, há certos momentos aqui, Ver. Dib e outros, em que ouvi
citações que vão marcar a minha vida por muitos anos. Eu saio feliz daqui pelo
que ouvi de pessoas sérias, honestas e dignas.
Se
faltar alguma resposta, perguntem-me; eu já cancelei a minha ida à Secretaria
de Segurança, vou amanhã. Sobre coletes, sobre armas, eu já falei; sobre por
que demorou tanto, eu já expliquei que foi por causa do pregão eletrônico.
“Oito anos!” Parece que nós assumimos em 2000. Perguntaram-me: “Por que demorou
oito anos?” É lógico, a não ser que tenha má intenção, para confundir as
pessoas. Nós temos que responder pelo que aconteceu depois de 2005, não vou
responder pelos oito anos. Depois de 2005, estão à disposição, na Secretaria da
Fazenda, os pregões eletrônicos.
Também
falando sobre o Ver. Maurício, eu faço um desafio a qualquer cidadão de Porto
Alegre que tenha me visto em algum evento de qualquer Vereador. Eu assumi como
Prefeito em exercício e, por uma questão de ética e de respeito aos Vereadores,
não fui a nenhum deles, nunca me foi pedido para ter candidato preferencial na
Secretaria da Saúde; as pessoas têm que ser inteligentes. Há muita gente na
Secretaria da Saúde que ficou dezesseis anos numa linha, e não sou eu, que
assumo agora, que vou mudar a linha ideológica deles. Eles têm Partido, eles
têm posição e, às vezes, até nos causam constrangimentos. Não é o Secretário
que vai dizer: “Este aqui é o meu candidato!” Isso é um absurdo de quem não tem
argumento e vem caluniar com essas coisas. E eu ainda tenho que respeitar o Dr.
Thiago, o Dr. Raul, o Dr. Goulart, que são meus colegas médicos. Com que cara
eu vou dizer a eles: “Não, eu vou escolher um que não é médico, um que é
advogado, para colocar aqui na minha Secretaria.” De jeito nenhum! Isso é uma
calúnia infame de quem não tem argumento.
O caso já
foi encaminhado para o Ministério Público, para a Polícia Federal, foi
encaminhado para abrir inquérito, e nós estamos tranquilos. Falaram sobre horas
extras. Houve gente que teve tempo neste Governo e não teve coragem para fazer
as coisas. Já está instalado o relógio-ponto dentro do Hospital Presidente
Vargas, as pessoas estão sendo cadastradas, os médicos e os funcionários vão
usar relógio-ponto com impressão digital. Fala-se em hora extra, em
descontrole, mas nunca um Governo teve tanto tempo para colocar e não colocou.
Nós estamos colocando. E não é para perseguir ninguém, é para deixar o serviço
organizado, como todos os Programas Saúde da Família também têm relógio-ponto
com impressão digital. Em relação ao Hospital Presidente Vargas, falaram do Dr.
Marcelo e de outros - essa denúncia tem que ser escrita e encaminhada, e vamos
ver se eles fazem hora extra fria ou não. Porque o relógio ponto já está
instalado lá. Eu não acredito nisso, porque confio no Dr. Cassartelli.
Assédio
moral sobre um funcionário que é proibido de trabalhar: encaminhem-se essas
questões através da Justiça, porque já foi um encaminhamento para o Hospital
Presidente Vargas, e elas serão respondidas. Sobre a demissão deste moço,
quando eu soube... Ligou-me o Procurador João Batista, que me disse o seguinte:
“Olha, tem uma fita aqui que me mandaram, ela é muda, não tem som, é meio
complicado, também não vejo nada, só vejo arma...” Quem vai a uma empresa de
segurança e não vê arma, aquela empresa não tem nada de segurança, na minha
concepção. Não vi ninguém pegar envelope, botar no bolso. Perguntei: “Mas e aí?
Que fita é esta?” Disseram: “É, tem uma fita.” Chamei a pessoa e disse: “Que
fita é esta que estão falando que eu não vi?” Ele disse: “Não, é que eu fui
fazer uma visita assim, porque eu fui assaltado, foram me dar dicas.” Eu
respondi: “Só por você ter ido fazer essa visita, perdi a confiança, você está
fora.” Não tenho nada pessoalmente com essa pessoa, não posso julgar se é
criminoso, porque o dito empresário, que não está no contrato da empresa, que
tem uma procuração, disse: “O Fulano disse que o Beltrano disse.” Tem que ser
muito covarde para assumir uma denúncia dessa e tentar manchar a vida das
outras pessoas. O que nós tachamos por fofoca é o que existe no dia a dia: “O
Beltrano disse que o Fulano disse.” Tem que ser muito covarde e mesquinho para
fazer isso.
O que é mais que eu tenho aqui... “Por que o
contrato foi renovado?” Já falei que é por pregão eletrônico. Quem tiver dúvida
vá à Secretaria da Fazenda e pergunte, ou pergunte no Tribunal de Contas. Isto
aqui não é uma ditadura. Qualquer cidadão pode buscar informações nos órgãos
competentes.
Eu quero agradecer ao Ver. Nedel também, porque
nós fizemos o que tinha que ser feito, encaminhamos para o Ministério Público e
para a Polícia Federal. São pessoas técnicas que terão na porta da Secretaria
todas as informações à disposição. E o Dr. Thiago perguntou sobre o Dr.
Alexandre. Vou dizer com toda a sinceridade, e o Doutor sabe que nós tivemos
grandes embates naquela transição... Quando o meu querido colega Dr. Thiago
encontrar o Dr. Alexandre, pergunte a ele o que aconteceu conosco lá no meu
gabinete. Chamei o Dr. Alexandre, sentamos como pessoas civilizadas. Ele é um
médico interessado, um homem trabalhador, havia essas coisas de disse me disse,
de fofoca: “Fulano disse isto, Beltrano disse aquilo”, e aí se criou um clima
ruim em todos, envolvendo o Instituto Sollus, envolvendo Secretaria. Nós
conversamos, e ele sabe que eu me empenhei muito para que ele começasse o mais
rápido possível, porque aquele médico tem bom interesse. O que houve foi isto
assim: “Disseram que o Fulano disse isso” e se criou um clima muito ruim. É
como aqui colocou o Ver. Nilo: disseram que um mandou cano, não mandou cano,
tirou cano, trocou obra por isto, por aquilo; essas fofocas existem. Mas hoje o
Dr. Alexandre merece todo o nosso respeito e vai voltar a trabalhar. O que
impediu... Logo ele teve que mexer no Fundo de Garantia, aí há leis - eu não
sou advogado, mas sei que não pode acontecer.
Quero também agradecer ao Dr. Dib. O senhor é um
símbolo da decência, um símbolo das pessoas dignas desta Casa. Eu saio daqui
com uma força de leão, saio daqui feliz. Cancelei o compromisso que eu tinha
com o Delegado no Palácio da Polícia para ficar ouvindo pessoas que merecem
toda a minha atenção e que mexem na minha alma. Olhem a minha vida: eu não devo
nada para ninguém, não há uma pessoa nesta Cidade que possa me acusar. Agora,
atacar pelas costas como covarde, dizer que o Fulano disse, que o Beltrano
disse... Ah, isso pode surgir principalmente quando são adversários políticos!
O meu jeito sempre foi este; tem gente que não gosta de mim porque o que eu
tenho que dizer eu digo direto.
Sobre a prestação de contas eu vou dizer uma
coisa: desde 2006 - eu não era Secretário, mas era Vice-Prefeito - existe um
problema muito sério com o Conselho Municipal de Saúde, existe uma conotação
partidária lá - e não precisa ser muito gênio para saber -, existe uma
conotação partidária de não aprovar as contas; absurdos como aconteceram no
passado foram aprovados. Hoje o Tribunal de Contas está levantando para que nós
respondamos, mas não do nosso Governo. E o Tribunal de Contas questiona sobre
as setecentas mil horas extras frias. Não sou eu que estou dizendo; o Tribunal
mandou a gente responder. Eu disse: “Mas isto aqui não é do meu Governo!” Mas o
que se vai fazer?
Sobre esse Seu Renato: ele nem consta no
Contrato Social, ameaçava os funcionários de carreira da Prefeitura. Vai ter
que responder criminalmente sobre o que ele tem dito. Mas os advogados, que são
muito práticos, disseram que é só para perder tempo, porque o camarada não tem
nem um parafuso no seu nome. Nós vamos tomar as medidas que os nossos advogados
nos orientarem.
Ver. Valter
Nagelstein, quero agradecer pela sua juventude, pelo seu brilhantismo e pela
sua cultura. Eu não sabia desse potencial de V. Exª, mas me deixou feliz e me
fez ficar aqui. Ouvi alguns que me fizeram ficar, como ouvi outros que me deram
vontade de virar as costas e ir embora. Mas, pelas pessoas que me fizeram
ficar, estou pronto e à disposição para vir aqui quantas vezes quiserem, para
ficar até a hora que for necessária. Nós temos que valorizar as pessoas que
merecem.
Ver. Luiz Braz, Ver. Elias Vidal, Ver. Reginaldo
Pujol, enfim, a todos eu quero agradecer, até aos que me caluniaram quero
agradecer, porque eles me deram energia para a minha alma e para me defender. E
eu vou pela minha consciência. Estou à disposição para responder a alguma
pergunta que não respondi. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. MARIA CELESTE (Requerimento):
Sr. Presidente, primeiro quero lamentar a fala final do Secretário, que disse
que, ouvindo alguns Vereadores, ele teve vontade de se retirar do Plenário.
Isso é um desrespeito com a Câmara Municipal. Gostaria de registrar isso.
Segundo, quero passar às suas mãos o Requerimento que eu havia feito
verbalmente na tribuna. Eu solicito cópia integral do processo que trata da
contratação da empresa Reação com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, desde
o início até a rescisão. Peço cópia integral, para que possamos verificar.
Tenho certeza de que o Secretário e o Prefeito vão colocar à disposição esse
material, porque têm interesse em que se agilizem todos os processos aqui nesta
Casa.
O
SR. ELISEU SANTOS: Todas
as solicitações serão aceitas, porque seria ingenuidade dizer “não”; o
Ministério Público e o Tribunal de Contas têm acesso. Isso é fazer jogo de
palavras. Não precisa nem pedir, temos obrigação de colocar à disposição de
todos. Estão à disposição do Tribunal de Contas, do Ministério Público, da
Polícia Federal; não precisam pedir, é só ir buscar.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Quero agradecer a presença do Secretário e a participação de todos os
Vereadores. Quanto ao Requerimento feito pela Verª Maria Celeste, a Casa tem
regramentos, ou seja, Vereadores fazem Pedido de Informações, e a Presidência
da Casa diligencia. Se o Secretário entender de atender o Requerimento da Verª
Celeste e remeter à Presidência da Casa, eu imediatamente repassarei à Verª
Celeste, já que o Secretário está dizendo. Agora, formalmente, se assim não for
feito, tenho que mandar como Pedido de Informações, e aí o Governo tem prazo
para responder.
O
SR. ELISEU SANTOS: O
senhor deve seguir a lei, acho que estaremos todos no bom caminho. Siga o Regimento
e a lei, e não sairemos do que a nossa consciência manda.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Eu apenas manifestei, Secretário, porque é evidente que o Presidente da Casa
conhece bem o Regimento, mas não é essa a questão. A questão é que foi posto de
uma forma, e V. Exª colocou; por isso é que eu agi assim, mas vamos digilenciar
na forma da lei.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN:
Sr. Presidente, só para consignar que este Vereador de “primeira viagem, que
desconhece o Regimento da Casa”, não cometeria um erro tão crasso desse. Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Agradeço.
A
SRA. MARIA CELESTE: De
fato, Presidente desta Casa, pela disposição do Secretário, dizendo que
colocaria toda a documentação à disposição desta Casa rapidamente, encaminhei
às suas mãos um ofício à Presidência, solicitando que fizesse essa interlocução
e que rapidamente a fizesse chegar aqui. Na hora do encaminhamento verbal, usei
a palavra “Requerimento” - inadequada, com certeza -, mas sabemos que o
Requerimento tem toda uma tramitação. Agora, como há interesse do Prefeito e do
Secretário em agilizar, fiz um ofício e encaminhei a Vossa Excelência.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Quero, mais uma vez, ratificar os agradecimentos ao Secretário Eliseu Santos.
Muito obrigado pela sua vinda a esta Casa, V. Sa. é sempre muito bem-vindo.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h31min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 17h33min): Estão reabertos os trabalhos. Retornamos ao período
de Comunicações.
A Verª Juliana
Brizola está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Luiz Braz
está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria
Celeste.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria de fazer alguns
registros sobre a reação de alguns Vereadores da base do Governo em relação ao
movimento de constituição da CPI. Eu entendo, Ver. Valter, que, quando as pessoas
não têm argumento, elas tentam desqualificar o oponente, e, infelizmente, o
Ver. Nilo assim o fez. Ver. Nilo, em vez de tentar desqualificar, dizer que eu
aqui não disse nada e que gastei o tempo, V. Exª deveria defender o seu
Partido. Talvez V. Exª estivesse constrangido, porque o mesmo Marcos Bernardes,
acusado de receber a propina, foi seu assessor jurídico na FASC.
(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
A
SRA. SOFIA CAVEDON: É a
informação que tenho, Vereador. E nós sabemos que ele teve problemas com
o aluguel do Círculo Operário, ele encaminhou ou era responsável e foi
afastado, essa é a informação que tenho. E aí eu quero dizer, Ver. Valter, que
a oposição e a situação têm uma função, uma tarefa, que é, primeiro, fiscalizar
o Executivo. A democracia foi pensada pulverizando o poder, Srs. Vereadores;
sozinho o Executivo seria absolutista; o Legislativo, Ver. Nedel, evita muitos
erros ao Executivo. Nós, da Administração Popular, muitas vezes tivemos que
ouvir as críticas e ponderações desta Casa, e eu tenho certeza de que
melhoramos a atuação, por maioria de oposição aqui, nos dezesseis anos. E a
nossa posição de oposição evitou vários erros importantes do Governo Fogaça: a
licitação que seria superfaturada em mais de cem milhões de reais no lixo!
Impedida por denúncia, pela atuação forte da Bancada do Partido dos
Trabalhadores aqui nesta Casa. E não venha, Ver. Braz, me dizer que os seus são
afastados imediatamente e que os nossos não, dizendo que são protegidos. Eu e
muitos dos Vereadores do nosso Partido vimos aqui defender, sim, toda vez que
nossos correligionários erraram, que eles fossem afastados e que fossem
investigados. Assim o Governo Lula fez com todos os envolvidos, só que eu não
vi aqui o Secretário Garipô Selistre, por exemplo, ser afastado por suspeitas
no DMLU; ele recebeu um CC na PROCEMPA e, depois, na Saúde, cuidando das
reformas dos postos de Saúde.
Não
fora a oposição, vários concursos não teriam saído na Prefeitura de Porto
Alegre; não fora a oposição, contratos temporários na Educação teriam sido
extremamente casuísticos. A Prefeitura teve que mobilizar quatro ou cinco
Secretários no Ministério Público para melhorar a seleção dos professores em
contrato temporário, que há vinte anos não se praticava na cidade de Porto Alegre.
A oposição tenta aqui cumprir o seu papel e não pode ser censurada, como foi
hoje à tarde, por tentar conseguir doze assinaturas em uma CPI para fazer
investigação. Censura! Censura tenta-se fazer aqui, quando o Parlamento tem que
exercer a sua função! Tentaram censurar a nossa Líder, Verª Maria Celeste, que
corretamente tenta instalar uma Comissão para investigar uma denúncia. É como
instalar uma Comissão Especial para um tema, uma Frente Parlamentar por outro,
é função do Vereador.
E
achei lamentável aqui o Líder do Governo e outros, Ver. Nilo, tentando
desqualificar a atuação dos colegas Vereadores na sua função precípua. Assim
não pode ser! Tanto que na Assembleia Legislativa as CPIs saíram não com os
votos só da oposição, mas com os votos de Deputados coerentes, inclusive do
PTB. O Deputado Cassiá Carpes assinou a CPI; o Deputado Cassiá Carpes procura
ser coerente, e o PTB está no Governo Yeda. Então, esse instrumento não é um
problema quando as evidências precisam ser investigadas. E eu louvo o Deputado
Cassiá, que é muito coerente, que votou contra a Governadora no Projeto de
abono das faltas, o Veto do abono das faltas. O Deputado Cassiá honra o PTB,
porque fica do lado dos trabalhadores, não fecha os olhos nem os ouvidos para
as denúncias de corrupção que a Assembleia Legislativa tem que investigar.
E nós sabemos que há aqui muitos Vereadores que são independentes, coerentes, eles têm essa postura. Agora, o que fez aqui o Ver.Valter foi constranger a base do Governo, dizendo que a CPI é eleitoreira, que a CPI é de oposição. Foi um movimento de constrangimento da base do Governo Fogaça para não investigar, para não acompanhar, para não cumprir a sua função! Nós não ficaremos constrangidos! Nós não cometemos injustiça, não é denúncia nossa! Senhores, respeitem-nos! Nós estamos cumprindo o nosso papel, e a democracia precisa da diferença. Não há necessidade de desqualificar o colega, o oponente. Usem os argumentos e digam de que forma investigarão, mas não desqualifiquem os outros. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Mario Manfro está com a palavra em Comunicações.
O
SR. MARIO MANFRO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, vou começar pelo
término da fala da Verª Sofia Cavedon, que usou o termo “desqualificar os
outros”. A Verª Maria Celeste usou o termo “Vereadores de primeiro mandato”, e
ela, sem dúvida, também já o foi. Mas, sem dúvida nenhuma, ela usou esse termo
como uma forma de desqualificar o nosso Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein.
Quero dizer que me orgulho muito de ser Vereador de primeiro mandato, porque,
se há um aspecto negativo disso - talvez um pouco menos de conhecimento -, há
também o fato de não ter adquirido muitos dos vícios que têm os Vereadores de
mais mandatos.
Eu
quero voltar ao tema, exemplificando isso que estou dizendo, da Vila Coqueiro,
do médico, do Dr. Alexandre. No sábado passado foi feita uma reunião na qual
Vereadores da oposição usaram o fato de uma forma política, mas uma forma
política voltada apenas ao aspecto negativo. Já tinham feito aqui uma Moção de
Repúdio ao Instituto Sollus, e eu vim aqui e disse que o que nós tínhamos que
fazer era um agradecimento à Secretaria de Saúde e à empresa Sollus. E
novamente eu digo: o Dr. Alexandre não pode voltar agora por uma questão de
Direito. Mas isso não foi o que foi dito por todos os Vereadores da oposição,
por membros da COSMAM, Vereadores que estavam reunidos na Vila Coqueiro. Foi
dito que a empresa Sollus estava traindo a comunidade, que estava dizendo uma coisa
e fazendo outra, quando sabiam que essa não era a verdade.
E
quero aqui fazer uma denúncia: na referida reunião estava presente um Suplente
de Vereador, do PSOL, ele estava se gabando... E notei que sou ingênuo, porque
fui um dos que elogiaram a mobilização da comunidade para vir aqui na COSMAM,
porque eu conheço bem a comunidade, é muito perto de onde resido. A grande
maioria são meus clientes, sei da dificuldade financeira. E pensei: “Mas com
que dificuldade tanta gente veio aqui na COSMAM, despendendo o dinheiro da
passagem!” Mas não foi bem assim. Eu sou ingênuo. Tinha um Suplente do PSOL, o
Ver. Émerson, se gabando: “Eu banquei a ida dessas pessoas até à COSMAM”. Vejam
bem, aquelas pessoas que não erram nunca, aquelas pessoas que estão acima do bem
e do mal, gabando-se que tinham mobilizado! Mobilizar é uma coisa; agora,
bancar a vinda até aqui não creio que seja a forma mais certa de trazer a
comunidade para fazer pressão.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Manfro, eu estive
lá na reunião; a gente precisava esclarecer os assuntos com a presença do Dr.
Alexandre, porque, na sexta-feira, houve uma audiência dele na Justiça, uma
situação que poderia ter sido inclusive impedida pela empresa Sollus, porque
ela pagou a rescisão de contrato, a indenização, fez tudo na quarta-feira antes
da audiência que tivemos na quinta-feira passada; e aquilo que foi combinado
não aconteceu, por isso tudo poderia ter sido evitado. Agora, posso testemunhar
que estavam presentes à reunião: eu, como Presidente da Comissão; o Dr. Thiago,
a Verª Fernanda; o Suplente, Ver. Émerson; a Suplente, Verª Helena presentes, e
não houve nada disso que o senhor está falando. O encaminhamento tirado foi o
seguinte: nós ficamos de ouvir o encaminhamento dado pela assessoria jurídica
do Simers para dar os próximos passos. Isso foi feito, nós conversamos há pouco
com o Simers sobre isso.
O
SR. MARIO MANFRO: Como
assim? Não houve nada do que estou falando? Não entendi.
O
Sr. Carlos Todeschini: Que
houve manipulação da oposição, eu não entendi assim. Obrigado.
O
SR. MARIO MANFRO: Não.
Não é manipulação.
O
Sr. Dr. Thiago Duarte: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Manfro...
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está
encerrado o tempo.
O
Sr. Dr. Thiago Duarte: Só
no sentido de contribuir para o debate mais uma vez, eu sei que o Presidente
tem toda esta sensibilidade - só no sentido de contribuir para o debate. O que
na verdade ocorreu e o que está ocorrendo é que o Sindicato Médico já acordou
com a Secretaria da Saúde e com o Sollus no seguinte sentido: de que não pode o
médico ser readmitido sob o risco de a situação dele ser uma simulação - esse é
o entendimento da Justiça do Trabalho, não é nenhuma situação da Secretaria ou
do Sollus.
O
SR. MARIO MANFRO: Eu
espero que a oposição vá lá e diga isso para a comunidade com a mesma força que
foi lá, inclusive levantando a possibilidade de ir para a frente da Prefeitura
fazer manifestação.
(Não
revisado pelo orador.)
(Manifestação fora do microfone do Ver. João
Antonio Dib. Inaudível.)
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Mauro Pinheiro,
acho que V. Exª ouviu mal. Se V. Exª prestasse atenção, ao final, ele agradeceu
até àqueles que estavam contra ele, ele agradeceu a todos os Vereadores. Quando
ele falou em covardes, são aqueles que se escondem, não é o caso de quem assina
um documento.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Muito
obrigado pelo seu aparte. Além do mais, Ver. João Antonio Dib, também fiquei
preocupado quando V. Exª - que eu respeito muito, admiro o seu trabalho - falou
que CPI não serve para nada, não ajuda em nada, que nunca viu nada na CPI. A
CPI está no Regimento da Casa, ela foi feita para ser usada, e nós, Vereadores,
quando eleitos, temos a função de fiscalizar, de buscar a verdade. Nós, Vereadores,
devemos buscar a verdade sempre. A CPI é uma forma de fiscalizar, de
investigar, e eu tenho certeza de que o Secretário, que se honra, como falou,
que não tem nada a esconder, poderia, ao invés de pedir o impedimento da CPI...
O Prefeito, os Secretários, os Vereadores da situação deveriam assinar a CPI,
para nós clarearmos, buscar a verdade, porque as pessoas desta Cidade querem,
justamente, é isto, a verdade.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Mauro Pinheiro, eu
não disse que era contra a CPI, só disse que não conhecia uma CPI que tivesse
dado resultado nesta Casa, em todo o tempo que aqui estou. Isso é verdade. Pode
olhar na Assembleia, pode olhar na Câmara Federal. São raras as CPIs que deram
em alguma coisa. Veja a CPI do Mensalão, no que deu?
O
SR. MAURO PINHEIRO: Muito
obrigado, Ver. João Antonio Dib.
Eu
gostaria de ter feito algumas perguntas para o Secretário, infelizmente não
tive a oportunidade em função do tempo. Por exemplo: eu gostaria de saber se
ele, realmente, vai ser candidato a Deputado Federal ou não, conforme foi dito
e li nos jornais. O Secretário também diz que o Jorge Renato Mello, Coordenador
de Assessoria Jurídica, esteve lá simplesmente para fazer uma consulta, por um
problema de segurança. Mas nós vimos pelo vídeo que, realmente, ele tinha muita
intimidade com aquele empresário, que agora já não é mais empresário, nem
sabiam se era ou se tinha procuração. Eu acho que demorou muito tempo para a
Prefeitura descobrir todos esses problemas. Cinco anos, já é o quinto ano, e só
agora foram descobrir que o Jorge Renato Mello nem é um empresário, só tem uma
procuração! Eu acho estranho tudo isso. Pelo vídeo, a gente vê a intimidade
dele com o Jurídico.
Outra
coisa que me deixou preocupado foi a notícia que saiu do Marco Bernardes,
filiado ao PTB, quando ele diz: “Nunca pedi dinheiro para benefício próprio.”
Quer dizer, se ele não pediu para benefício próprio, ele pediu para algum outro
tipo? Realmente, causa-me estranheza a expressão que está nos jornais: “Nunca
pedi dinheiro para benefício próprio.” Pediu dinheiro ou não pediu? Acho que
nós temos que clarear. A CPI é uma forma de investigar, e eu acho que nós,
Vereadores, temos que ter a responsabilidade de fiscalizar, de investigar,
porque, se está lá, se está no Regimento, CPI é para isso. Vamos assinar, vamos
investigar: CPI já!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos
Projeto de Resolução de autoria da Mesa Diretora, que cria cinco Cargos em Comissão
de Assessor Técnico Especial para assessorar a Comissão do Plano Diretor.
O
Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, eu não pretendo usar os cinco minutos, até porque nós
temos que entrar na Ordem do Dia. Apenas para não deixar passar batido o que a
Verª Sofia Cavedon insinuou aqui, porque ela está se tornando a rainha das
insinuações nesta Casa. Eta gente que gosta de insinuar coisas!
Ver.
Mauro Pinheiro, esse Marco Bernardes realmente foi Assessor da FASC. Ele saiu
depois que eu saí, mas não tenho nenhum tipo de relação com ele e quero dizer
que ele nunca me passou dinheiro, nunca pedi que ele pegasse dinheiro, não tem
nada a ver, não me metam nesse pacote. Não me metam nesse pacote, porque não
faço parte do pacote dos safados! Então, sem insinuações. A Verª Sofia Cavedon
deve estar me escutando lá no seu gabinete agora, gostaria que ela estivesse
aqui, ainda disse para ela que gostaria que ela permanecesse aqui, exatamente
porque ficam com insinuações, insinuações para lá, insinuações para cá, e
terminam não dizendo nada. Não tem nada de concreto, Ver. Mauro Pinheiro.
Outra
coisa: o Secretário Eliseu Santos veio aqui da forma mais gentil possível, um
homem que está sendo acusado de terem pego dinheiro para ele, e ele vem aqui,
com a maior tranquilidade, e esclarece tudo. Agora o homem sai daqui, vai para
casa, e o senhor segue batendo no homem, é complicado! É complicado isso. Não
se faz oposição dessa forma; oposição se faz com coerência, faz-se com
equilíbrio. Isso não contribui em nada para o crescimento de Porto Alegre. Eu
sei que o Secretário Eliseu Santos é um homem decente, eu sei que estão
tentando jogar lama para cima do PTB, mas não vão conseguir, porque o nosso PTB
aqui, graças a Deus, é composto de gente decente. E os senhores que são desta
Casa aqui, os nossos colegas sabem muito bem como é a cara do PTB aqui nesta
Casa.
E
mais: quando entrei nesta Casa, no ano passado, aprendi que em todos os
Partidos há alguém que comete algum equívoco e faz coisa errada, mas nem todo o
mundo precisa pagar por isso. No seu Partido, Ver. Mauro Pinheiro, já teve
gente que meteu dinheiro na cueca, e eu não vou dizer que o senhor é ladrão
porque um safado botou dinheiro na cueca, porque o senhor é diferente; aquele
ladrão é de outro nível, o senhor está separado da classe daquele ladrãozinho.
Quantas acusações o Pestana teve aqui? É cueca de borracha, Ver. João Dib, para
poder estufar; assessor de borracha, ladrão de borracha, do seu PT! Tantas
corrupções passaram, mas o senhor é diferente, Ver. Mauro Pinheiro; a Verª
Maria Celeste é diferente; o Ver. Adeli Sell, nem se fala, este homem é um
grande Vereador nesta Capital. É diferente! Citando apenas alguns exemplos.
Então, vamos parar com essa ladainha, vamos parar de jogar o nome do PTB na frente do ventilador, porque não vai sobrar nada, Ver. Mauro Pinheiro; vamos nos respeitar. Respeite a nossa Bancada, respeite a nossa história, respeite o nosso Partido, porque senão vamos começar a trazer a velha história que o Ver. Haroldo de Souza já desmascarou aqui. O Ver. Haroldo de Souza já falou dos homens da cueca, cheios de dinheiro, já falou do outro que meteu a mão aqui, o outro que meteu a mão lá! Só para que o senhor saiba, Ver. Mauro Pinheiro, estou encaminhando para a Comissão de Ética do nosso Partido, exatamente por essa declaração do Marco Bernardes, e solicitando, sim, a expulsão dele do nosso PTB, para que não reste nenhum tipo de dúvida. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra.
O
SR. ALCEU BRASINHA (Requerimento): Solicito
a entrada imediata na Ordem do Dia.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação Requerimento do Ver. Alceu Brasinha, que solicita que o Grande
Expediente seja colocado após a Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Havendo quórum, passamos à
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 072/09 – (Proc. Nº 2096/09 – Ver. Bernardino Vendruscolo) – requer a
realização de Sessão Solene, no dia 20 de agosto, destinada a homenagear a
Maçonaria Unida do Rio Grande do Sul.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2655/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 020/05, de autoria do Ver. Alceu Brasinha,
que altera a Lei Complementar n. 415, de 7 de abril de 1998, que dispõe sobre a
permissão de uso de recuo e do passeio público fronteiro a bares, restaurantes,
lanchonetes e assemelhados para colocação de toldos, mesas e cadeiras, mediante
a inclusão do inciso III no art. 1º da referida lei, dispondo sobre o horário
permitido a bares e similares localizados em zonas miscigenadas. Com Emendas nos 01, 04, 05; 06; 07; 09 e 10. Com
Subemenda nº 01 à Emenda nº 04.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto, e pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação das Emendas nos 01, 04 e 05.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM;
- retiradas as Emendas nos
02; 03 e 08;
- incluído na Ordem do
Dia por força do art. 81 da LOM;
-
renovação de votação nos termos do art. 196 do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito a atenção do Plenário para o seguinte:
trata-se de renovação de votação do PLCL nº 020/05, de autoria do Ver. Alceu
Brasinha. Cabe encaminhamento global se alguma Bancada quiser encaminhar; se
não quiser, vamos direto à votação.
Primeiro vamos votar a Emenda nº 10, de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, que foi objeto do Requerimento, conforme acerto feito
hoje em Reunião de Mesa e Lideranças. Votamos, então, primeiro a Emenda e,
depois, a renovação de votação.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Questão de Ordem): Um
esclarecimento, Sr. Presidente. Sobre a minha Emenda aprovada na primeira
votação, ela já vale como aprovada a partir de agora?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O assessório
sempre segue o principal. Se for aprovado o principal.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Não precisa
refazer a votação da Emenda?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não. Já está
aprovada.
Em
votação a Emenda nº 10, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, ao PLCL nº 020/05.
(Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 10 ao PLCL nº 020/05.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras
Vereadoras,
Srs. Vereadores, hoje, mais uma vez, nós nos reunimos em Reunião de Mesa e
Lideranças, inclusive recebemos o Sindipoa, que tem, por certo, todo o meu
respeito e todo o meu afeto. De qualquer forma, os argumentos apresentados não
convenceram, não nos deixaram clareza nenhuma de que vá trazer novos empregos
ou de que vá aperfeiçoar o turismo. Quem sai à noite e vê o que tem nesses
bares não espera que o turista receba aquilo como uma coisa muito boa de Porto
Alegre; talvez, um pouco lá na Rua Padre Chagas.
A pesquisa feita pela Rádio Guaíba - eu vou
insistir - deu como 53% contrário à prorrogação do horário e 47% a favor. E
volto a dizer: aqueles 47% foram repetidos, porque eram os interessados em que
houvesse; os 53% falaram uma vez só, podem ter certeza, eu conheço essa coisa.
Então, eu acho que a Câmara deve manter a primeira posição que teve, quando
rejeitou o Projeto; deve, de novo, rejeitá-lo, não permitindo que ele consiga
19 votos para a sua aprovação. Aí, sim, estaremos representando a população na
sua maioria, que é contrária ao Projeto do nobre e eminente Ver. Alceu
Brasinha. Portanto, Sr. Presidente, eu quero dizer que a minha Bancada vai
votar contrariamente ao Projeto. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. João
Carlos Nedel e demais Vereadores, eu quero mais uma vez esclarecer: nós estamos
fazendo uma renovação de votação, portanto cabe apenas o encaminhamento por Bancada, não cabe mais a
discussão do Projeto. A Bancada do PP já encaminhou pelo seu Líder. Então,
consulto se algum outro Vereador deseja encaminhar a matéria globalmente, não a
Emenda destacada.
Em
votação nominal a Emenda nº 010 ao PLCL nº 020/05. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADA por 20 votos SIM, 08 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação nominal o PLCL nº 020/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 21 votos SIM, 10 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 8254/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 278/07, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que institui o
Programa Municipal de Incentivo à Doação de Medula Óssea e de Sangue do Cordão
Umbilical e Placentário – Pró-Medula – e o Dia Municipal de Doação de Medula
Óssea e dá outras providências. Com Emendas nos 01 e 02.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02.
Observação:
- incluído na Ordem do
Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 278/07.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI (Requerimento): Sr. Presidente, este é um Projeto que considero muito bom,
acho que temos de defendê-lo, portanto gostaria de requerer que a discussão
fosse adiada por uma Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vossa
Excelência quer que ele seja incluído como primeiro na quarta-feira próxima.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Está
encerrada a Ordem do Dia.
Solicito
que o Ver. Adeli Sell assuma a presidência dos trabalhos, porque temos, neste
momento, na Presidência da Casa, uma reunião sobre o Plano Diretor.
(O
Ver. Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, apesar do avançar da
hora, é necessário fazer alguns registros que eu considero importantes. Hoje é
o Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes em nosso País e, com certeza, em todo o mundo. A análise da
violência contra a criança e o adolescente no Brasil deve ter como referência
as questões históricas. É importante que se fale nas questões culturais para
compreensão desse fenômeno.
No
Brasil, nos 26 Estados e no Distrito Federal, a exploração de crianças e
adolescentes entre dez e dezenove anos, nos dois sexos, em todas as classes
sociais, é uma questão de crime. A violência é um fenômeno antigo, produto de
relações sociais construídas de forma desigual. A Verª Maria Celeste é a
Presidente da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente aqui na Câmara,
mas não está mais no plenário neste momento. É importante que nós destaquemos
este momento tendo a compreensão de que essa luta não é partidária, ela é de
todos nós.
A
gente sabe que as relações sociais são construídas de forma desigual e
geralmente atrelada àquelas pessoas que se encontram em desvantagem física,
emocional e social. É inegável que a pobreza vem criando espaços apropriados à
exploração sexual comercial e que a exploração do trabalho infantil propicia a
violência em suas múltiplas facetas. A desigualdade estrutural da sociedade
brasileira é constituída não só pela dominação de classe, mas também em relação
a gênero e raça. A criança e o adolescente não têm sido considerados sujeitos,
mas objetos de dominação de classe, de gênero e de raça, como eu dizia
anteriormente. A exploração sexual é uma violência comercial que se apropria
comercialmente do corpo como mercadoria para auferir lucros. E a palavra,
senhoras e senhores, “prostituição” oculta a natureza, o comportamento sexual
do abuso, desviando o foco, dando uma ideia de consentimento informado. De
acordo com esse marco, o conceito de exploração sexual inclui o abuso sexual,
as diversas formas de prostituição, o tráfico, a venda de pessoas, todo o tipo
de intermediação ao lucro com base na oferta e na demanda de serviços sexuais
das pessoas, como o turismo sexual, a pornografia infantil, que são crimes
contra a humanidade.
O
Instituto Interamericano Del Niño diz que a exploração se relaciona com os
protetores e os clientes, essa é a relação. E aqui o nosso Vereador hoje trouxe
o material do DECA, e eu quero fazer um aparte sobre o trabalho que o DECA tem
feito em relação a isso. Saibam, senhoras e senhores, que quem cuida, quem
encaminha aos órgãos pertinentes as crianças de zero a doze anos são os
conselheiros tutelares, e, a partir dos doze anos, é o DECA. Então é
fundamental que também se fale das coisas boas que nós temos aqui na nossa
Cidade e no Rio Grande do Sul, que são os profissionais do DECA nessa área.
Estamos já com o nosso plenário esvaziado, até porque esse é um tema que muita
gente não enfrenta, é um tema muito sério e difícil.
Nós
temos aqui em Porto Alegre várias situações em frente aos nossos olhos, como a
questão da Rua Sepé Tiaraju, por exemplo, como é a questão da Zona Leste - e o
Ver. Adeli acompanha muito bem a questão da Intercap. Na Rua Sepé Tiaraju é
gritante, fica próximo aos meios de comunicações, próximo ao Colégio João
XXIII, ali estudam filhos e filhas de muita gente desta Casa; próximo dos
nossos olhos e em tantos outros lugares. Esses ainda são os que nós vemos.
Existem aqueles que estão dentro de quatro paredes, e, às vezes, a gente não
compreende por que crianças e adolescentes, muitas vezes, querem ficar na rua,
não querem ficar em casa. Muitas vezes essas crianças são molestadas
por pais, por mães, por namorados, e isso é um problema muito sério e muito
grave.
Portanto eu também quero externar - no momento, eu
não pude fazer - minha homenagem ao DECA, que é coordenado pela Polícia Civil;
à Delegada Diana, da Polícia Federal - ela trabalha num departamento que atua
com a Interpol -, que trata da questão da criança e do adolescente; aos
colégios, com quem estamos fazendo uma intermediação, no sentido de fazer um
trabalho de conscientização, e o DECA está sempre presente. Esses dados são
alarmantes. Eu quero dizer que fico triste por ainda ter que os trazer aqui,
mas, ao mesmo tempo, eu me sinto lisonjeada por fazer parte de uma sociedade
que faz esse tipo de enfrentamento. Quando a gente mexe com o abelheiro - e o
senhor sabe muito bem disso, Ver. Adeli -, nós também somos alvo de muita gente
grande, pois isso não acontece somente com a camada mais empobrecida; há muitas
instituições que estão junto com essa porcaria, que faz tanto mal para o
crescimento do nosso País e que ainda nos envergonha.
Ver. Adeli,
quero agradecer a sua tolerância, quero agradecer o espaço que foi concedido à
Bancada do PCdoB, para que nós pudéssemos nos manifestar, juntamente com os
Vereadores Todeschini, Delegado Fernando, Elias Vidal, Nedel e Adeli. E quero
dizer que a luta continua. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli
Sell): Visivelmente não
há quorum. Ficam preservadas as inscrições de Grande Expediente do Ver. Carlos
Todeschini, da Bancada do PT; do Ver. DJ Cassiá, da Bancada do PTB.
Estamos
encerrando, neste momento, a Sessão desta segunda-feira, dia 18 de maio. Nós já
dissemos no início dos trabalhos, mas sempre é importante lembrar: hoje é o Dia
Nacional dos Museus e Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de
Crianças e Adolescentes. Boa-noite a todos. Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
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